Para procuradores, autor da facada foi quem concebeu e planejou o crime contra o então candidato à presidência da República
Adélio Bispo de Oliveira não contou com a participação de nenhum comparsa e nem teve mandante no atentado contra a vida do então candidato à presidência da República Jair Bolsonaro em setembro de 2018. Ao menos é a essa conclusão que chegaram os procuradores do Ministério Público Federal responsáveis por investigar o caso. O parecer por parte do MPF foi divulgado da tarde desta quinta-feira, 4.
Leia mais: “MPF apura baixo investimento pela Saúde”
O MFP pede, assim, o “arquivamento provisório” do segundo inquérito que apura o atentado contra Bolsonaro. Em seu site, o Ministério Público avisa ter concluído que Adélio Bispo “concebeu, planejou e executou sozinho todo o crime” — que fez com que o hoje presidente enfrentasse cirurgias e convivesse por meses com uma bolsa de colostomia. A instituição detalha, entretanto, que o futuro do caso caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte terá de avaliar se dará “prosseguimento às diligências”.
“Não mantinha relações pessoais com ninguém em Juiz de Fora”
De acordo com o entendimento por parte do MPF, Adélio Bispo “já estava em Juiz de Fora quando o ato de campanha foi programado. Portanto, não se deslocou até a cidade com o objetivo de cometer o crime”, informa a instituição ao mencionar a cidade de Minas Gerais onde Bolsonaro foi esfaqueado. “Ele não mantinha relações pessoais com ninguém em Juiz de Fora, tampouco estabeleceu contatos que pudessem ter exercido influência sobre o atentado. E não efetuou ou recebeu ligações telefônicas ou troca de mensagens por meio eletrônico com possível interessado no atentado ou relacionadas ao crime”, prosseguem os procuradores.
Quem pagou os advogados?
Apesar de pedir o arquivamento do inquérito que apura a tentativa de assassinato de Jair Bolsonaro, o Ministério Público Federal pontua que há um pedaço da história que carece de esclarecimentos. Afinal, quem pagou peos honorários dos advogados que se propuseram a fazer a defesa de Adélio Bispo perante à Justiça? Essa é a pergunta que o MPF se faz. Contudo, a instituição adianta que, por ora, nenhum advogado é suspeito de envolvimento no atentado.
“Nessa investigação, também não há suspeita de participação dos advogados na infração penal. E a identificação da origem dos honorários alegadamente contratados faz-se igualmente necessária à completa elucidação do fato. Trata-se da linha de investigação ainda pendente, em coerência com a orientação de exaurimento de todas as hipóteses cogitadas”, pontua, dessa forma, o MPF em manifestação contraria ao prosseguimento do inquérito relacionado à facada sofrida por Bolsonaro.
Eu não acredito que ele tenha agido sozinho. O crime tem mandante e comparsas (pessoas físicas e jurídicas).
Estão doidos para arquivar esta investigação. Sabem onde isso vai chegar. Tem muitas questões a serem respondidas:
1 – Porque o Adelio fez curso de tiro no Paraná, onde os filhos do Bolsonaro faziam? Quem pagou (ele estava desempregado)?
2 – Quem deu entrada (2x) na câmara para o Adelio no dia do atentado? Em que gabinete ele iria? Esta história de terem dado entrada por engano não cola.
3 – Quem pagou os advogados? E como chegaram tão rápido? Estavam previamente contratados?
4 – Porque mentiram tentando atribuir o seu pagamento (deles advogados) a uma igreja em Montes Claros? Encobriam quem?
5 – Porque o Hospital Sírio Libanês mandou uma equipe para juiz de fora sem ser requisitado?
6 – A ida do Bolsonaro a Juiz de Fora, foi marcada em data anterior a chegada do Adelio a cidade ou não (afinal ele estava numa pensão)?
7 – Quem pagou a pensão do Adelio? Se o próprio, onde arrumou o dinheiro (estava desempregado)?
8 – Tem uma testemunha importante que não foi interrogada (esta na internet). Porque?
Isso é só o que lembrei neste momento.
Podem falar o que quiser. Depois do caso dos advogados e do falso comparecimento na câmara federal, ninguém acredita em parecer algum.
Outra: por que o sigilo telefônico de seus advogados e do próprio Adélio não podem ser quebrados? A chave de tudo poderá estar nestes aparelhos.
E o registro do comparecimento dele no Congresso Nacional no dia do atentado? Isso não está claro.
Minha gente, depois que o advogado de Bolsonaro descobriu que o Superintendente da PF em Minas é ligado ao PT e foi quem deu o parecer do primeiro inquérito, desconfio da lisura dos procuradores tb.