Anielle recusa pedido de Lula e não vai à cerimônia na Namíbia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva designou a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, para representar o Brasil na posse da presidente da Namíbia, Netumbo Nandi-Ndaitwah, na sexta-feira 21. No entanto, Anielle decidiu não comparecer ao evento por não ter recebido um convite formal do petista.

Interlocutores do governo afirmam que Lula orientou o chanceler Mauro Vieira a comunicar Anielle sobre a cerimônia. Mesmo assim, a ministra optou por permanecer no Brasil.  

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Além disso, no dia do evento, ela compareceu ao lançamento do Concurso de Ideias Urbanísticas e Arquitetônicas Inovadoras para a Região da Pequena África, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, no Rio de Janeiro.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a ministra argumenta que o governo a designou apenas por telefone, sem enviar uma comunicação formal por escrito.

Namíbia enfrenta fracasso econômico e crise de corrupção

A Namíbia se tornou independente da África do Sul em março de 1990, em razão da Guerra da Independência. Desde então, cinco presidentes do partido socialista Organização do Povo do Sudoeste Africano (Swapo) governaram o país. Atualmente, a sigla é liderada por Netumbo Nandi-Ndaitwah.

Netumbo venceu as eleições de novembro de 2024, com 57% dos votos. Ela atuou como ministra das Relações Exteriores durante o governo do ex-presidente Hage Geingob. O então mandatário faleceu aos 82 anos, em um hospital em Windhoek, capital da Namíbia, onde lutava contra um câncer.

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O país se vê imerso em uma crise devastadora. A Swapo enfrenta um desgaste de confiança, caracterizado por escândalos de corrupção, dificuldades econômicas e altas taxas de desemprego.

Nesse contexto, os namibianos se manifestaram em apoio à ascensão do partido Patriotas Independentes pela Mudança (IPC), que, no pleito de 2024, obteve apenas 24% dos votos. O IPC contestou o resultado, mas a decisão eleitoral foi mantida.