O ditador venezuelano Nicolás Maduro reuniu embaixadores em Caracas em evento que se assemelhava a um comício. O encontro foi realizado no último sábado, 27, horas antes da eleição presidencial na Venezuela, que ocorre neste domingo, 28.
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Glivânia Maria de Oliveira, embaixadora do Brasil, participou da reunião. Ela lidera a retomada das relações bilaterais com o governo de Lula (PT), depois de um período de tensão entre Maduro e a administração de Jair Bolsonaro (PL). As informações são da Folha de S. Paulo.
Nicolás Maduro fala sobre ‘banhos de sangue’ e capitalismo selvagem
Em um palco, diante de embaixadores e observadores eleitorais, Maduro discutiu sobre “banhos de sangue” no país.
“O capitalismo selvagem provoca convulsões sociais, e na Venezuela já provocou mais de um banho de sangue”, declarou ele durante um longo discurso sobre a história do país.
Há 11 anos no poder, Maduro afirmou que se não for reeleito, o país vai enfrentar um verdadeiro “banho de sangue”. Neste domingo, o país terá uma das eleições mais importantes da era chavista. Isso porque, pela primeira vez, a oposição ameaça a ditadura de Maduro.
Críticas ao sistema eleitoral e a líderes opositores
O ditador venezuelano também comentou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil de não enviar observadores. Isso aconteceu depois de Maduro criticar o processo eleitoral brasileiro, alegando que “não era auditado”.
“Alguns, como o TSE, chatearam-se com a verdade”, afirmou Maduro no evento.
Maduro criticou os líderes anteriores a Hugo Chávez, chamando-os de “títeres” dos EUA. Também afirmou que “correntes fascistas da América Latina nasceram na Venezuela”.
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Ele listou líderes que considera parte desse grupo, que inclui o ex-presidente Bolsonaro, o presidente da Argentina, Javier Milei, e o ex-presidente da Colômbia, Álvaro Uribe. Milei e Uribe apoiam a oposição venezuelana representada por Edmundo González e María Corina Machado.
Fechamento da fronteira e ironias de Bolsonaro
Em 2019, Maduro ordenou o fechamento da fronteira terrestre para impedir a ajuda humanitária dos EUA e países vizinhos, incluindo o Brasil, após solicitação de Juan Guaidó, então autoproclamado presidente interino.
Na sexta-feira 26, Bolsonaro ironizou Maduro, dizendo que ele “deu um passinho à direita” ao criticar o sistema eleitoral brasileiro sem provas.
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A sorte de Maduro é que o TSE não irá “observar a lisura” das eleições, por que senão ele já estaria inelegível após a reunião com embaixadores.