O tenente Osmar Crivelatti, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, faltou à sessão, desta terça-feira, 19, da CPMI do 8 de Janeiro. A informação foi confirmada pela comissão.
Crivelatti — que trabalha atualmente como assessor de Bolsonaro — foi convocado pelo colegiado para prestar depoimento à CPMI. Contudo, uma decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal, afastou a obrigatoriedade do comparecimento do militar.
O presidente da comissão, deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA), disse que a CPMI recorreu da decisão do ministro.
No domingo 17, a defesa do assessor de Bolsonaro acionou o STF com pedido para que ele não fosse obrigado a depor na CPMI. Essa é a segunda vez que o Supremo atende ao pedido do depoente, ao permitir que ele possa faltar à oitiva.
A primeira vez aconteceu na terça-feira 12, quando o ministro Nunes Marques, do STF, permitiu à delegada Marília Alencar que faltasse ao colegiado.
Na justificativa, o advogado Flavio dos Santos Raupp, que defende o tenente, citou das decisões da CPMI relacionadas as quebras de sigilo de Crivelatti e diz que ele foi convocado para depor como “testemunha” em um colegiado em que é “investigado”.
Envolvimento de assessor de Bolsonaro em suposto esquema de joias
Crivelatti é apontado como um dos participantes no suposto esquema de venda de joias recebidas em viagens oficiais por Bolsonaro. Em agosto, o tenente foi alvo de busca e apreensão por parte da Polícia Federal (PF).
Em junho de 2022, o militar teria assinado a retirada de um relógio Rolex do “acervo privado” para seu próprio gabinete. O objeto avaliado em R$ 300 mil foi doado ao governo brasileiro pelo rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdulaziz, em uma viagem oficial.
O relógio teria sido negociado pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.