Ex-governador do Rio, ex-chefe de gabinete dele, Wilson Carlos, e ex-presidente da Fecomercio-RJ Orlando Diniz depõem sobre desvios de R$ 10 milhões
Condenado a mais de 300 anos de prisão pela Operação Lava Jato, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral volta a depor numa investigação relacionada a ela — a Operação Jabuti — nesta segunda-feira, 26.
Além de Cabral, o ex-chefe de gabinete dele, Wilson Carlos, e o ex-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecormercio-RJ) Orlando Diniz também devem ser ouvidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro.
Os três devem contar à Justiça sobre o suposto desvio de R$ 10 milhões em recursos públicos da entidade.
De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), na época da gestão de Sérgio Cabral, a Fecomercio chegou até mesmo a contratar funcionários-fantasma, entre eles parentes e operadores ligados ao ex-governador.
Durante a Operação Jabuti constatou-se a contratação de escritórios de advocacia com verbas públicas federais do Sesc e do Senac, o que originou a Operação Esquema $, deflagrada em setembro deste ano.
Segundo informações do MPF, dos R$ 355 milhões gastos pelo sistema, R$ 150 milhões foram desviados. A Polícia Federal fez buscas em escritórios de advocacia famosos, como os de Cristiano Zanin e Roberto Teixeira, defensores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; Ana Tereza Basílio, advogada do governador afastado do Rio Wilson Witzel; e Frederick Wassef, ex-advogado da família Bolsonaro. Todos criticaram a operação, alegando que prestaram serviços legalmente e que a operação foi um abuso de autoridade.