O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), confirmou no último sábado, 1º, o lançamento de sua pré-candidatura à Presidência da República em 28 de março, em Salvador (BA), onde também vai receber o título de cidadão baiano. Caiado esteve presente na eleição do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) para a presidência do Senado.
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“Vou concorrer, tanto é que vocês já estão convidados para o dia 28 de março”, disse Caiado a jornalistas. “Já vou dar partida na minha pré-candidatura a presidente da República, e daí já vou começar a andar o Brasil nos finais de semana, já percorrendo todos os Estados e levando a nossa discussão, a nossa proposta.”
Ainda não há indicação de quem poderá ser o vice da chapa. Segundo ele, é “muito cedo” para isso, e a definição acontecerá apenas na Convenção Nacional do União Brasil, prevista para 2026.
Desde sua reeleição como governador, Caiado tem se dedicado a viabilizar sua candidatura à presidência. Inicialmente, ele tentou se posicionar como candidato de Jair Bolsonaro, mas os apoiadores do ex-presidente descartaram qualquer aliança.
Na eleição municipal de 2024, o apoio também foi inviabilizado, com ambos os lados apoiando candidatos adversários à Prefeitura de Goiânia.
Governador está inelegível
Em dezembro, o governador foi declarado inelegível por abuso de poder político, em decisão da Justiça Eleitoral de Goiás. Ele afirmou que recorrerá da decisão e negou qualquer envolvimento em práticas ilícitas. Mesmo diante do anúncio da inelegibilidade, Caiado já afirmava a pretensão de se candidatar em 2026.
Caiado e o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (União), foram alvos de uma ação movida pela chapa do candidato derrotado no segundo turno, Fred Rodrigues (PL-GO), que alegou uso indevido da sede do governo estadual para apoiar Mabel após o primeiro turno.
A decisão liminar foi proferida pela juíza Maria Umbelina Zorzetti e divulgada em 11 de dezembro. A condenação ainda pode ser contestada no Tribunal Eleitoral de Goiás e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Outro desafio para Caiado para lançar a candidatura é o apoio do União Brasil, partido que integra a base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O União Brasil ocupa três ministérios no governo petista: Turismo (Celso Sabino), Comunicações (Juscelino Filho) e Integração e Desenvolvimento Regional (Waldez Góes).
Em 2026, o partido precisará decidir entre lançar um candidato próprio à presidência ou apoiar a reeleição de Lula. O petista tem buscado garantir o apoio da legenda e, para isso, pode ampliar a participação do União Brasil no governo federal em uma reforma ministerial prevista para fevereiro.
Caiado comenta PEC da Segurança Pública
Também no último sábado, Caiado se manifestou novamente contra a PEC da Segurança Pública, uma proposta de emenda à Constituição que prevê a divisão de responsabilidades entre a União e os Estados no comando das polícias civil e militar.
Os governadores têm se oposto à medida, argumentando que ela comprometeria a autonomia dos Estados e abriria espaço para maior intervenção do governo federal. Em resposta, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, enviou um novo texto com ajustes à Casa Civil.
“Como é que o deputado federal vai votar para tirar poder do seu ente federado? Como é que ele vai explicar isso na sua base?”, questionou Caiado. “Como é que um senador da República vai explicar que votou contra, sendo que ele é o representante da unidade federativa?”
Para o governador de Goiás, a proposta é “descabida” e “desarrazoada”. Segundo Caiado, trata-se de “algo que mostra o sentimento deste atual governo em concentrar poderes”.
Pode concorrer a que ele quiser. Inveja e traição decoram o seu portfólio.