Caixa nega falta de recursos para o saque do FGTS

Retração econômica provoca queda na arrecadação líquida do fundo. Apesar disso, o presidente da estatal, Pedro Guimarães, assegura que 60 milhões de brasileiros receberão o saque do FGTS de até R$ 1.045

A Caixa Econômica Federal nega a existência de falta de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para financiar o saque emergencial. A estatal refuta, portanto, qualquer associação do prazo de pagamento do benefício a supostos problemas no fluxo de caixa do fundo.

Em março, os saques do FGTS superaram os depósitos em R$ 180,2 milhões. A arrecadação negativa voltou a se repetir em abril, quando saltou para menos R$ 3,8 bilhões. Com base nisso, O Globo apontou, em matéria publicada neste sábado, 13, que a queda na arrecadação do FGTS pode levar a Caixa a atrasar os pagamentos do saque emergencial.

A queda na arrecadação do FGTS ocorre em decorrência da retração econômica e do consequente aumento do desemprego. Demitidos sem justa causa podem sacar os recursos do fundo e as empresas, em crise, atrasam ou deixam de recolher o valor correspondente ao benefício. Apesar das dificuldades, a Caixa descarta os atrasos.

Operacional

O presidente da estatal, Pedro Guimarães, foi questionado se há alguma relação entre o calendário do pagamento do saque emergencial com a queda na arrecadação do FGTS. Em coletiva de imprensa neste sábado, ele negou tal associação “É uma questão operacional“, destacou.

A Caixa obteve, neste sábado, o direito de abrir uma conta poupança social digital no Caixa Tem para cada trabalhador que tenha uma conta ativa ou inativa com saldo no FGTS. “Precisamos de alguns dias [para operacionalizar]. Não há nenhum tipo de relação”, ponderou. Com os 60 milhões de brasileiros que poderão sacar os recursos, Guimarães cita que, ao todo, a estatal vai pagar 121,3 milhões. “Oito em cada 10 adultos no Brasil estarão recebendo pela Caixa.”