O deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) propôs, nesta segunda-feira, 13, a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o envolvimento de servidores do alto escalão do Ministério da Justiça com membros de facções criminosas. O documento está em processo de recolhimento de assinaturas e ainda não foi protocolado.
O pedido do parlamentar surgiu depois que o jornal O Estado de S. Paulo noticiou que assessores ligados ao ministro Flávio Dino receberam Luciane Barbosa Farias, mulher de Clemilson dos Santos Farias, um dos líderes do Comando Vermelho no Estado do Amazonas.
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No documento, Mandel destaca que as informações reveladas deixam dúvidas sobre a integridade e a conduta dos servidores do ministério. Isso poderia comprometer a confiança no órgão encarregado “da coordenação do Sistema Único de Segurança Pública e do combate ao tráfico de drogas e crimes conexos”.
“A criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito se faz não apenas justificada, mas urgente, a fim de esclarecer os fatos, identificar responsabilidades e salvaguardar a credibilidade das instituições estatais”, escreveu o deputado. “Este é um passo fundamental para garantir a transparência, a responsabilização e a restauração da confiança da sociedade nas instituições públicas.”
Ministério da Justiça recebe mulher de líder do Comando Vermelho
Luciane Barbosa Farias foi recebida por assessores de Dino duas vezes neste ano. A informação, confirmada pelo Ministério da Justiça, foi divulgada nesta segunda-feira, 13, pelo Estadão.
Luciane é casada há 11 anos com Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, criminoso que chegou a figurar no topo da lista dos mais procurados da polícia do Amazonas. Ele foi preso em dezembro de 2022 e cumpre 31 anos no presídio de Tefé (AM).
A mulher de um dos líderes do CV também foi condenada no mesmo processo que o marido — por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa —, mas recorre em liberdade. No Ministério da Justiça, foi recebida como presidente de uma ONG de defesa dos direitos dos presos do Amazonas.
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Nenhuma surpresa. Antigamente, pairavam dúvidas, noutro momento, nasceu a esperança de estar enganado, porém, após uma decisão “jurídica”esdrúxula e insubsistente, consagrou em mim a absoluta certeza que vivemos em um Narco-estado. Apenas um pouco mais disfarçado do que o México e a Colômbia