O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados ouve, nesta segunda-feira, 15, o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Ele foi elencado como testemunha do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), alvo do processo de cassação pela acusação de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e de seu motorista, Anderson Gomes, em 2018.
Rivaldo vai depôr de forma virtual. Irmão do deputado, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão também consta na lista da oitiva, mas ainda não confirmou presença.
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Os três são réus no Supremo Tribunal Federal (STF) pela suspeita de serem os mentores intelectuais do assassinato da vereadora. Na sexta-feira 12, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, autorizou Domingos e Rivaldo a prestarem depoimento. Ambos estão presos preventivamente desde março, de igual modo Chiquinho.
Ainda estão previstos os depoimentos do vereador Willian Coelho (DC-RJ), do ex-deputado Paulo Ramos (PDT-RJ) e do ex-vereador Tio Carlos (Solidariedade-RJ). O delegado da Polícia Civil Daniel Rosa, um dos que comandaram a investigação sobre o assassinato de Marielle, também foi convidado, mas não confirmou presença.
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Se os depoimentos não terminarem hoje, continuarão na terça-feira 16, quando Chiquinho Brazão também deve ser ouvido pelo colegiado. A defesa do parlamentar apresentou outras testemunhas que não foram prestar esclarecimentos, como: o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), e o ex-policial militar Élcio de Queiroz, que confessou ter participado do crime.
A prisão dos irmãos Brazão no caso Marielle
Além do deputado, foram presos seu irmão, o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro Domingos Brazão; e o ex-chefe de Polícia Civil do Estado, delegado Rivaldo Barbosa. Os três negam participação no assassinato.
Conforme a Polícia Federal, a função do delegado era garantir “imunidade” aos envolvidos para que o inquérito não chegasse aos responsáveis pelo crime. Em delação premiada, o ex-policial militar Ronnie Lessa disse que, no segundo trimestre de 2017, Chiquinho, que era vereador do Rio, demonstrou “descontrolada reação” à atuação de Marielle para a votação de um projeto de lei (PL).
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A proposta deveria regularizar todo um condomínio na região de Jacarepaguá, na zona oeste da cidade, sem respeitar o critério de área de interesse social. Assim, eles iriam obter o título de propriedade para especulação imobiliária. Lessa está preso desde 2019, acusado de ser o autor dos disparos contra Marielle e seu motorista.