(J. R. Guzzo, publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 10 de janeiro de 2024)
A tentativa de transformar o dia 8 de Janeiro em data nacional destinada a celebrar a sobrevivência da democracia no Brasil acabou sendo uma cena de comédia. A qualidade das autoridades que apareceram sentadas na fila de cadeiras do palco já era uma garantia de nível limitado — o que ficou confirmado, a seguir, pelo que disseram em seus discursos. Lula fez um dos piores. Disse, num desses surtos de mania de grandeza que tem tido depois que saiu da cadeia (e com frequência cada vez maior), outro disparate em estado bruto — o de que a sua “história” pessoal é uma “garantia da existência inabalável da democracia neste país”. O ministro Alexandre de Moraes (a quem chamou de “companheiro da suprema corte”) ficou no mesmo padrão. Fez uma oração irada contra o “apaziguamento”, nome que ele dá aos esforços em busca de paz política no Brasil radicalizado de hoje — e exigiu mais uma vez a “regulamentação imediata das redes sociais”, ou seja, a censura. Mais humilhante que tudo, para os organizadores, foi a absoluta falta de povo na sua celebração.
“Os gatos gordos ficam no salão do Senado, onde são filmados pela televisão, elogiam-se uns aos outros e são aplaudidos pelos jornalistas”
J. R. Guzzo
Um acontecimento que, segundo eles próprios, foi um dos mais graves da história moderna do Brasil, tinha de ser lembrado com algum tipo de presença popular. Se o Brasil, como dizem, foi salvo de uma catástrofe de proporções desconhecidas, então seria preciso que algum brasileiro de carne e osso aparecesse para dar apoio às celebrações — e agradecer a dádiva recebida de Lula e dos companheiros da “suprema corte”. Afinal, a ex-presidente do tribunal comparou o patético quebra-quebra de Brasília com o ataque do Japão a Pearl Harbour — o bombardeio contra o Havaí que deixou 2,4 mil mortos em 1941 e levou os Estados Unidos a entrarem na Segunda Guerra Mundial. Se foi isso tudo, então o povo teria de lotar a Paulista de ponta a ponta para comemorar a salvação da pátria. Mas o que houve foi exatamente o contrário: uma reuniãozinha a portas trancadas num salão do Senado Federal, com proibição de entrada do público e 2 mil policiais em volta do prédio, para impedir que qualquer cidadão chegasse perto. É a democracia “não-presencial” do Brasil de hoje. Os gatos gordos ficam no salão do Senado, onde são filmados pela televisão, elogiam-se uns aos outros e são aplaudidos pelos jornalistas. O povo fica em “home office”, ou em ambiente “remoto” — ou em qualquer lugar, desde que não apareça.
Não se trata, naturalmente, de um erro de planejamento do governo. A comemoração do dia 8 de Janeiro não teve a presença da população brasileira porque nada do que o governo Lula e o STF organizarem tem a mais remota chance de atrair o povo brasileiro para a praça pública. Foi assim porque tinha de ser assim. Quanto à “vitória sobre o golpe” especificamente, há uma dificuldade suplementar: o povo, simplesmente, não acredita que foi salvo de nada, porque sabe que não foi ameaçado, nem correu risco algum. Como poderia ser diferente se, para começar, a imensa maioria dos brasileiros não leva a sério a fábula que o governo está contando há um ano? Uma das últimas pesquisas sobre o assunto informa que só 20% das pessoas acreditam que houve uma “tentativa de golpe” — o que é perfeitamente natural, levando-se em conta que não houve nenhuma tentativa de golpe. A grande maioria condena os atos de vandalismo cometidos contra os edifícios dos Três Poderes. Mas não acredita no que Lula, o STF e a mídia dizem. É inevitável, assim, que grandes eventos para festejar o triunfo da democracia acabem do mesmo jeito que acabaram as comemorações do 8 de Janeiro — como uma caricatura.
Esse distanciamento da cúpula do país em relação à realidade é algo muito preocupante. Assim começaram as mais sanguinárias revoluções da história mundial, em que sempre o povo é que leva a pior… Senhor, tem misericórdia da Terra da Santa Cruz!
Comemoraram o golpe que deram na sociedade, um governo fantoche e um stf atrelado as causas da esquerda….um bando .
Perfeito Guzzo, falou tudinho o que o povo – na sua imensa maioria – pensa deste desgoverno e também do STF, o que de fato nos governa nos dias de hoje. Que democracia comemoraram? Estou procurando e ainda não achei? Alguém pode me informar onde ela se encontra? Complicado tudo isto né
Eles vivem em uma bolha só deles e mais ninguém entra. Uma bolha lacrada, blindada, aliás como os carros que eles usam e os seguranças que tem a sua disposição e também, pásmem para todas as familias dos iluministros – pagos com nosso dinheiro. Vão se preocupar com POVO? Nem pensar numa coisa destas. Lembram-se sempre O AMOR VENCEU E O BRASIL VOLTOU. só com muitos risos né
NÃO PODEMOS NOS ESQUECER QUE UM DOS PAIS DESTA TRAGÉDIA BRASILEIRA CHAMA-SE RODRIGO PACHECO. ESTE SERÁ ENXOTADO PARA A LATA DE LIXO DA HISTÓRIA.
Se ha algo que nem o bando do STF, nem o Ministerio da Justiça, nem a globolixo e nem o lado mau do Congresso Nacional podem recuperar é o respeito do povo brasileiro por essse rato corrupto, mitomano, e anti patriota. Suas mentiras so fazem eco junto a bolsistas, vagabundos, a imprensa vendida e aproveitadora e ignorantes.
Que 8 de Janeiro fique conhecido como a data da manipulaçao e maior fake news da historia do pais.
Discordo do termo comédia, esse termo é mais adequado a proporcionar um sentimento de alegria às pessoas, para fazê-las rir. Aquilo ali é um show de hipocrisia e loucura de um certo careca que merece ser internado num manicômio, aliás ele despacha num local que chega muito perto disso, um manicômio judiciário E quanto ao marginal NoveDedos, não passa de um idiota mentiroso contumaz e outros adjetivos bastante impróprios que não ouso descrever em respeito aos leitores dessa área de comentários.
Hoje amanheci mais respeitoso, deve ser por causa das condições climáticas.
Sr. Guzzo, muitos parabéns por mais esse irretocável artigo publicado !!!
Esse bando de filhas da put* que tomaram de assalto o Estado brasileiro estão em pleno surto psicótico. Se não chegarem logo os enfermeiros trazendo as camisas de força para contê-los e levá-los ao manicômio judiciário, local indicado para recolher esse tipo de delinquente, vão transformar esse país numa mistura de hospício a céu aberto, com faroeste à brasileira, onde o que vai imperar, será a lei do cangaço.
Quase superou a posse…mas faltou o Bonner.
Os artigos do Guzzo sempre são excelentes e quero aproveitar aqui, uma vez que a Revista Oeste não faz menção sobre o assunto mas o honorável juiz do supremo tribunal Sr Edson Facchin usando o mesmo exemplo dado ao felix gatunus do agreste anulou todas as sentenças dadas contra o probo João Vaccari Neto…..esse stf é uma vergonha nacional.
Excelente matéria.
Só uma correção:
Não são gatos gordos, e sim ratos gordos.
Um verdadeiro espetáculo de horror .
Como gostam de se expor ao ridículo. Moraes discursando parecia um cão raivoso , precisa justificar as sua tirania . Espetáculo deplorável, digno do Consórcio q governa o país.
Inconteste festival de plena mediocridade.
Eu fico imaginando quando chegar as eleições, se o povo ficar em casa ou vai mais uma vez fazer o papel de idiotas úteis?
Eu gostaria de saber qual o mínimo de comparecimento para que uma eleição possa ser validada?
O atual governo está se fechando, comprando todas as ações ainda disponíveis no mercado ‘democrático’! Não temos a menor dúvida que o Dilmo é igual ao Chaves, o da Venezuela. Descolar do povo é o método utilizado e, ainda bem que o apoio da enorme ala democrática está muito longe de dar algum crédito à este ambiente ignorante e mentiroso que está tentando tirar o nariz da merda. em que se meteu.
Desde que leve alguma grana por baixo…Ladrao sempre ladrao
A megalomania e a onipotencia sem medida,tomou conta das cabeças abestalhadas nessa cerimônia nefasta.O povo quer distância dessa quadrilha, pois tem que trabalhar muito para bancar nababos.Classe.media está afogada pagando dívidas para não ficar com nome sujo na praça.