O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu, por unanimidade, afastar da função a juíza Adriana Tarazona, do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1), no Rio de Janeiro, por dois anos.
Durante o período de afastamento, a magistrada seguirá recebendo seu salário integral. O CNJ é o órgão responsável pela administração e pela fiscalização do Poder Judiciário.
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A juíza enfrenta um processo administrativo por ter determinado, sem justificativa adequada, segundo o CNJ, a quebra do sigilo fiscal de um empresário que não fazia parte do processo. Os conselheiros consideraram a atitude como “arbitrária”.
O advogado da magistrada reconheceu perante o CNJ que o comportamento foi “inapropriado”
Eraldo Campos Barbosa, advogado da magistrada, reconheceu que o comportamento foi “inapropriado”, mas alegou que a medida tomada por ela foi “útil” e resultou em condenações. Segundo ele, “ela reconhece que se excedeu, mas passou a se corrigir”.
A defesa também argumenta que Adriana foi alvo de “perseguição” no exercício da magistratura.
Dionne Felipe, outra advogada da juíza, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que considera a decisão do CNJ muito severa. De acordo com ela, já havia uma punição anterior de censura, e a defesa esperava que a representação fosse julgada improcedente.
Juíza se comparou a Sergio Moro
Em 2018, Adriana Tarazona chamou atenção quando se comparou ao então juiz Sergio Moro, na época responsável pela Operação Lava Jato. Em uma de suas sentenças, ela escreveu sobre a comparação.
“Confesso a todos os que leem esta peça — e a lerão, certamente, em um futuro breve, que me sinto hoje, aqui de frente deste computador, como um Sergio Moro da vida.”
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Se comparar a Sérgio Moro não pode, mas ao Marcola e Fernandinho Beira Mar, pode.