A delegada da Polícia Federal (PF) Marília Ferreira Alencar, ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) e ex-diretora de inteligência do Ministério da Justiça, não vai depôr à CPMI do 8 de Janeiro.
A oitiva de Marília, que trabalhou na gestão Anderson Torres, estava marcada para acontecer nesta terça-feira, 12. Pela primeira vez, o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu o direito de um depoente se ausentar da CPMI.
A decisão monocrática, da segunda-feira 11, foi do ministro Nunes Marques, do STF. O colegiado recorreu da decisão, mas ainda não obteve retorno. A ex-diretora de inteligência acionou a Suprema Corte com pedido para não comparecer à comissão.
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O STF concedeu um habeas corpus à Marília diferente do que os demais ministros disponibilizaram a outros depoentes. Os demais também solicitavam a falta na oitiva, mas os magistrados decidiram que eles deveriam ir à comissão, mas que poderiam permanecer em silêncio nas questões que fossem se autoincriminar.
“A decisão atrapalha o andamento da CPMI e é extremamente atípica”, explicou o senador Marcos Rogério (PL-RO). “Nem na CPI da Pandemia tivemos isso. Agora vem essa inovação.”
Marília foi convocada para explicar um relatório que detalhava as cidades onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva teria vencido no primeiro turno das eleições. O documento teria motivado blitzes da Polícia Rodoviária Federal em cidades do Nordeste no segundo turno.
Com a falta de Marília, a CPMI do 8 de Janeiro convocou a cabo Marcela da Silva Morais Pinno, da Polícia Militar do Distrito Federal, para depor nesta manhã.
Marcela atuou no batalhão de choque em 8 de janeiro e foi agredida pelos invasores, chegando a ser arremessada de uma altura de três metros da cúpula do Congresso Nacional.