Por 20 votos a favor e seis contra, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, nesta terça-feira, 7, o relatório do senador Eduardo Braga (MDB-AM) sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária.
Apenas o PL orientou voto contrário e o Podemos liberou bancada. Agora os senadores votam os destaques de bancadas sugeridos ao texto. Depois disso, a matéria segue para o plenário do Senado, onde deve ser apreciada em dois turnos com, no mínimo, 49 votos a favor.
O debate durou mais de cinco horas. Inicialmente, membros da oposição pediram ao presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), um tempo maior de vistas para analisar as novas emendas apresentadas por Braga — quase 30. A ideia era adiar a votação que ocorreu hoje.
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Contudo, Alcolumbre negou a solicitação, argumentando que só era permitido um pedido de vistas, que já foi concedido há algumas semanas. Mais cedo, Braga divulgou um documento com as emendas acatadas e rejeitadas. Ao todo, o senador recebeu mais de 800 emendas, mas acatou 255.
Em resumo, a reforma tributária unifica cinco impostos — PIS, Cofins, IPI federais, ICMS estadual e ISS municipal — para criar um imposto único federal, que vai ser chamado de Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), e o estadual, Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). O IBS foi elaborado nos moldes do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que vigora em mais de 170 países.
Braga incluiu no texto uma “trava” sobre a carga tributária. Um limite que não poderá ser ultrapassado.
Esse teto será a média da carga tributária aplicada entre 2012 e 2021 na proporção com o Produto Interno Bruto (PIB).
Será também criando um valor de referência sobre a carga e projetando os quatro primeiros anos de implementação, seja do CBS, seja do IBS, para aferir uma média.
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Conforme o relator, a média, comparada com o valor de referência, se for maior, obrigará a redução da alíquota. Se for menor ou igual, vai abrir espaço para a implementação de políticas públicas.
Durante a votação, membros da oposição destacaram o fato de Braga ter ouvido ambos os lados para elaboração do texto. Com o texto no plenário, o governo busca angariar o apoio de mais senadores para a PEC passar.
Oposição critica alíquota do IVA
Depois que o secretário extraordinário da reforma tributária, Bernard Appy, afirmou que a alíquota do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) deve ficar entre 25,9% e 27,5%, membros da oposição disseram que o valor se tratada do “maior imposto do mundo”. Atualmente, o maior IVA que existe é o da Hungria, em 27%.
Conforme o relator, o valor do IVA condiz com a “realidade do Brasil”. “A realidade do Brasil é outra, não é igual a nenhum outro [país]“, disse. “Estamos juntando em um IVA dual, cinco impostos de naturezas distintas.”
Cashback na compra de botijão de gás no texto da reforma tributária
No parecer de Braga também foi incluído a previsão de um cashback obrigatório para famílias de baixa renda na compra de botijão de gás — é um sistema em que parte do dinheiro é devolvido para o comprador.
A sugestão é do senador Messias de Jesus (Republicanos-RR). Na primeira versão do relatório, o relator já havia estabelecido o cashback nas contas de luz das famílias mais pobres. Os detalhes da proposta vão ser definidos por meio de uma lei complementar.
Saíram os PIXs pra moçada!