O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem, senador Rogério Carvalho (PT-SE), solicitou, nesta quarta-feira, 13, a lista com os nomes de todos os técnicos envolvidos nas autorizações ambientais concedidas pelo Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA) à empresa.
O pedido ocorre após a oitiva do diretor-presidente do IMA, Gustavo Ressurreição Lopes, que revelou que, durante sua gestão, aplicou mais de 20 autuações de infrações contra a Braskem. A comissão investiga a Braskem, que foi a responsável pela extração de sal-gema de mina que ameaça desabar em Maceió, capital de Alagoas.
O IMA, segundo Lopes, manteve as licenças ambientais da petroquímica com base apenas em informações repassadas pela própria Braskem. O IMA só fez estudos aprofundados depois do tremor de bairros, em Maceió, em 2019.
À CPI da Braskem, coordenador da Defesa Civil diz que primeiros sinais de afundamento foram notados dias antes do rompimento
Nesta manhã, a CPI da Braskem ouviu também o coordenador da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Pedro Nobre Júnior, que estimou aproximadamente 2 mil microssismos ocorridos na Mina 18 da Braskem.
Conforme Nobre, os primeiros sinais foram notados alguns dias antes do rompimento, que ocorreu às 13h15 de 10 de dezembro de 2023. O rompimento foi percebido em um trecho da Lagoa Mundaú. Após o rompimento, a água da lagoa entrou na cavidade.
O afundamento do solo ocorreu em um local onde acontecia a extração de sal-gema — cloreto de sódio — usado para produzir soda cáustica e PVC. A exploração do mineral começou na década de 1970, sendo encerrada em 2019, em 35 minas.
Em 2019, a Braskem encerrou a extração do mineral e começou a fechar as minas. Contudo, ainda existem minas que não foram preenchidas. Segundo a empresa, ela está tomando “todas as medidas necessárias para mitigar, compensar ou reparar impactos” nos bairros sob risco.