A partir de agora, Estados e municípios têm poder para definir regras de confinamento
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu ontem que os Estados e os municípios têm autonomia para definir as regras de isolamento social. Portanto, o entendimento do STF contraria a Medida Provisória (MP) n° 926/2020, que dava ao presidente Jair Bolsonaro a palavra final sobre esse assunto.
Parlamentares de oposição se alegraram. O líder do PDT (partido que questionou a MP), senador Weverton (MA), afirmou sentir-se vitorioso, pois os governadores e prefeitos “terão segurança jurídica” para tomar as providências necessárias no estabelecimento das diretrizes de combate ao coronavírus.
Já é sabido que algumas unidades da federação, como São Paulo e Rio de Janeiro, estão em pé de guerra com o Planalto. Os chefes desses dois Estados, por exemplo, acreditam que a melhor forma de combater a pandemia de coronavírus é adotar políticas cada vez mais restritivas. Bolsonaro pensa diferente.
Oeste monitorou que, no Twitter, a interpretação do STF deixou os internautas revoltados, que subiram nesta quinta-feira, 16, a hashtag “STFVergonhaNacional”. Em 40 minutos desde a sua criação, ela alcançou os trending topics, e conseguiu mais de 40 mil engajamentos enquanto esta reportagem é redigida.
No Instagram, quatro hashtags (duas delas com emojis) representaram a campanha, que foi expressiva — juntas, reuniram mais de 1.000 publicações. Por outro lado, o Facebook apresentou pouca mobilização, concentrando os melhores engajamentos em duas páginas à direita do espectro político: República de Curitiba e Somos Todos Bolsonaro.
Confira a voz das redes
#STFVergonhaNacional
Mas aguarde o povo reagir! Verás que um Filho teu não foge à luta.
Todos Unidos pelo Brasil e não ao autoritarismo do @STF_oficial https://t.co/GVfogkU9sG— Clea Carvalho #FechadocomanossaLiberdadeSempre (@AlcicleaCarval1) April 16, 2020
#STFVergonhaNacional https://t.co/r0VygCWrT6
— Juliana 🇧🇷😎👉 (@Juliana22045404) April 16, 2020
No Google, os termos mais pesquisados foram (na ordem): “Governador”, stf” e “prefeito”. Internautas do Rio Grande do Sul, do Distrito Federal e da Bahia (na sequência) são os que demonstraram maior interesse. É importante salientar que os três Estados adotaram o isolamento social. Portanto, a justificativa para as buscas pode ser um sinal verde ou vermelho às medidas restritivas.
De acordo com informações da empresa In Loco, vem diminuindo o percentual de gaúchos que respeitam o isolamento social imposto pelo governador Eduardo Leite (PSDB-RS). Por outro lado, o Distrito Federal é onde a maioria da população resolveu ficar em casa. Quanto à Bahia, é o Estado do Nordeste com a menor taxa de adesão ao confinamento.
Quanto à repercussão na mídia, as publicações de veículos alternativos ganharam espaço junto as da imprensa tradicional. Isso significa que duas narrativas antagônicas lutam de igual para igual para convencer a opinião públoica: dos defensores do isolamento para todos e daqueles que divergem desse ponto de vista — mais alinhados à visão de mundo do presidente Bolsonaro.
Aborto
Na última terça-feira, dia 14, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu marcar para 24 de abril o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) n° 5581. Se a medida for aprovada pela Corte, gestantes infectadas pelo zika vírus poderão fazer aborto. A Associação Nacional de Defensores Públicos assina a ADI e a relatora é a ministra Cármen Lúcia.
Nas redes sociais, um batalhão pró-vida, capitaneado pela deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), levantou ontem no Twitter a hashtag “AbortoNao”. Monitoramento de Oeste identificou que o assunto adquiriu musculatura ontem na parte da tarde e, entre 18 e 22 horas, ocupou o primeiro lugar, ao obter mais de 117 mil engajamentos.
É lógico que o Distrito Federal aderiu à quarentena e ficou em casa e é o campeão nacional , mais da metade são funcionários públicos que têm a garantia dos salários e continuam a não fazerem nada, só que agora em casa. Incluem-se os “principes” do STF , STJ e demais sanguessugas do Brasil.
Perfeito