O presidente da Comissão de Privacidade da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP), Solano de Camargo, disse em entrevista ao canal CNN, nesta segunda-feira, 2, que as decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no casos da suspensão do Twitter/X no país, são “exageradas, desproporcionais ou até mesmo atabalhoadas”.
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“Embora tenham mérito e fundamento, as decisões do inquérito talvez sejam tomadas de maneira processualmente exageradas, desproporcionais ou até atabalhoadas, e fazem com que a gente tenha uma discussão e uma queda de braços que levou, inclusive, a tirar a rede social do ar”, observou o advogado.
Ministros seguem decisão de Moraes por unanimidade
O ministro levou à 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) o julgamento do caso da suspensão da plataforma de Elon Musk no país. O colegiado, composto dos ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino, seguiu por unanimidade a decisão de Moraes. Os votos foram submetidos em sessão virtual extraordinária, desde a madrugada desta segunda-feira.
Relator do inquérito, Moraes poderia ter levado sua decisão para julgamento no plenário da Corte, onde os 11 ministros teriam poder de decisão. No entanto, ele optou por restringir o julgamento à 1ª Turma, da qual faz parte.
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Solano de Camargo disse à CNN que já se esperava os ministros convalidassem a decisão de Moraes. Mas o jurista chamou a atenção para os problemas da ação de Moraes.
“O inquérito corre dentro do âmbito do próprio Supremo, ele não foi iniciado, como normalmente acontece, a pedido do Ministério Público”, analisou o representante da OAB-SP. “Então, o próprio Supremo, com base numa disposição do seu regimento interno, implementou esse inquérito sigiloso”, comentou o advogado.
Diversas decisões judiciais tiveram o objetivo de cancelar perfis e remover usuários do Twitter/X. Camargo afirma que “aqui entra uma questão que no Direito Internacional é chamada de ‘conflitos de lei no espaço'”.
“De acordo com o entendimento manifestado por Elon Musk, que é um cidadão residente dos Estados Unidos, as decisões brasileiras violam a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que preza pela ampla liberdade de expressão, inclusive nas redes sociais”, afirmou Camargo. “Portanto, Musk estaria correto em suas ações.”
Esse tanto de adjetivo para fugir da palavra “ilegal”. Seja homem e diga: ilegal.