O Departamento de Segurança Comunitária (DSC) da Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp) revelou que as denúncias de antissemitismo no canal de comunicação da entidade triplicaram no decorrer dos últimos dez dias. Os números aumentaram depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou a contraofensiva de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto. Os dados foram revelados nesta terça-feira, 27.
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Na semana anterior à fala de Lula, o DSC contabilizou 46 denúncias de antissemitismo. Quatro dias depois da declaração do presidente, o número subiu para 157.
A maior parte das manifestações de antissemitismo ocorre em redes sociais e mensagens em grupos de WhatsApp. Também houve agressões verbais contra alunos judeus em escolas e universidades.
“A afirmação feita pelo presidente fez uma perversa distorção da realidade, pois estamos vivendo uma onda de ataques antissemitas desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro e isso ganhou ainda mais força depois da declaração”, afirmou Marcos Knobel, presidente da Fisesp, em nota. “Os judeus no Brasil estão sendo atacados em qualquer lugar. Inclusive, quatro dessas denúncias são extremamente preocupantes, pois são de jovens em idade escolar que sofreram ataques dentro das instituições de ensino onde estudam, o que coloca a sua segurança em jogo. O Brasil deveria ter um compromisso mais tangível com a paz.”
Autoridades israelenses repudiaram as declarações de Lula, consideradas como antissemitismo
A frase proferida pelo presidente brasileiro fez com que Israel declarasse Lula como persona non grata no país até que haja devida retratação.
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Isaac Herzog, presidente de Israel, condenou a declaração do petista. O político israelense disse que há uma “distorção imoral da história”. Ele apelou a todos os líderes mundiais para que se juntem a ele “na condenação inequívoca de tais ações”.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, também rebateu as declarações de Lula. O chanceler usou sua conta no Twitter/X para criticar o presidente brasileiro. “Ninguém vai separar nosso povo”, afirmou. “Nem mesmo você, Lula.”
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, também repudiou as declarações do petista. Em postagem no Twitter/X, o premiê israelense disse que “as palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves”. Ele ainda afirmou que Lula “banalizou o Holocausto” e “tentou prejudicar o povo judeu e o seu direito de se defender”.
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“Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é cruzar uma linha vermelha”, escreveu o primeiro-ministro de Israel, nas redes sociais. “Israel luta pela sua defesa e pela garantia do seu futuro até à vitória completa e ao mesmo tempo defende o direito internacional.”