O deputado Evair de Melo (PP-ES) protocolou requerimento à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados para convocar o ministro da Justiça, Flávio Dino, a explicar suas críticas pretéritas às urnas eletrônicas.
Há uma semana, diversos tuítes de Dino, feitos entre 2009 e 2014, foram republicados nas redes sociais. Neles, o agora ministro de Lula duvidava da segurança das urnas e, inclusive, citava estudiosos que apontavam sua falibilidade.
Por isso, Melo quer que Dino seja convocado para explicar por que fez os “ataques à democracia”. Quando o então futuro governador do Maranhão fez as críticas, ele não foi acusado de ser antidemocrático e muito menos respondeu a nenhum inquérito por suas declarações.
Desde 2021, no entanto, questionar a confiabilidade das urnas ou do processo eleitoral passou a ser infração grave. No caso do ex-presidente Jair Bolsonaro, a pena por declarações semelhantes em reunião com embaixadores foi a suspensão dos direitos políticos por oito anos.
Depois da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Dino classificou a reunião de Bolsonaro com embaixadores de “perpetração de ataques abusivos ao sistema de Justiça e à ordem jurídica”. Dessa forma, prometeu entrar com uma ação para cobrar multas do ex-presidente.
“Destarte, tendo em lume as dúvidas que pairam sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas, solicitamos maiores esclarecimentos por parte do ministro Flávio Dino, mormente tendo de vista ser conhecedor desde longa data das questões atinentes à segurança das urnas”, afirmou Melo na justificativa do Requerimento 263/2023, protocolado no dia 5 de julho.
As postagens de Flávio Dino contra as urnas eletrônicas:
Em um tuíte de 2009, Dino defendeu ainda a possibilidade de “auditoria” nas urnas eletrônicas e falou bem sobre o voto auditável.
Em 2012, afirmou: “Esse sistema propicia diversas fraudes, sem auditoria.”
E também disse: “Em eleições com pequena margem, a possibilidade de violação de uma única urna pode alterar o resultado final.”
Em uma postagem de 2013, quando era presidente da Embratur, Dino afirmou: “Hoje, em Recife, vi a comprovação científica de que as urnas eletrônicas são extremamente inseguras e suscetíveis a fraudes”.
No mesmo ano, o agora ministro citou o professor Diego Aranha, coordenador da equipe responsável por encontrar diversas vulnerabilidades de segurança nas urnas eletrônicas, durante a segunda edição dos testes públicos de segurança do TSE.
Em 2014, ao retuitar uma matéria do jornal Valor Econômico, Dino afirmou “concordar plenamente” com o título da matéria: “Urna eletrônica é falha, alerta MP”.
Leia também: Lula, a Venezuela e a vida real, artigo de J. R. Guzzo, publicado na Edição 172 da Revista Oeste.
Boca grande entra mosca.
Já deve estar todo podre por dentro.
Um dia o dia do debochado chegará.
Tentar enquadrar Dino em “ato antidemocrático” é uma missão, digamos, impossível – melhor, risível. Sua figura, sua expressão sempre num tom de cinismo, de deboche, é uma agressão ao senso comum. É o seu jeito boçal epidêmico que lhe deu uma vaga como ministro ao quadrado – ou seria em dobro, já que ele tem direito à duas cadeiras – e das grandes. Ou porque ele é a injustiça encarnada e a segurança abusada – que digam os seus parceiros da Maré. Mas é bom cutucar Xandão com as pelancas do Dino. Vai que o Benedito leve a sério essa lembrança criminosa e decida tornar o rotundo maranhense inelegível. Ou pelo menos até que ele perca umas 20 arrobas de peso.
Quero ver esse intocável se explicando.
Pleno apoio ao deputado Evair Vieira de Melo, do ES. A hipocrisia, a farsa, a acomodação dos maus políticos conforme suas conveniências pessoais, tem que ser exposta à luz do dia, à luz da Verdade. Eles têm mesmo que explicar suas condutas passadas e justificar suas mudanças de opinião. A carniça tem que ficar exposta para que a Natureza a processe e livre o mundo de sua imundície. Parabéns, deputado, traga outros para o seu lado para melhorar este pobre país.