O prefeito de Mogi das Cruzes (SP), Caio Cunha (Podemos), reagiu mal aos resultados das urnas do primeiro turno das eleições municipais, que ocorreu no último domingo, 6. Em postagem no Instagram, ele ofendeu a adversária que lhe tirou a possibilidade de reeleição. Mara Bertaiolli (PL) venceu com 51,08% dos votos válidos.
Com a certeza de que está nos últimos três meses à frente do Poder Executivo local, Cunha reclamou. “É melhor perder de pé do que ganhar de quatro”, postou o político, em stories em seu perfil no Instagram.
Posteriormente, o prefeito apagou a postagem. Em outro stories, admitiu que errou, pediu desculpas e afirmou que não teve a intenção de ofender Mara. No entanto, afirmou que a mensagem não tinha relação com a adversária.
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“Em nenhum momento a intenção foi atacar a vencedora ou diminuir sua conquista”, afirmou Cunha, nesta quarta-feira, 9. “Estava falando da minha condição de perder a eleição sem nos submetermos às velhas práticas políticas eleitoreiras. A frase ‘é melhor perder de pé do que ganhar de quatro’ expressa a ideia de que é preferível perder com dignidade, mantendo a honra e os princípios, do que vencer de maneira submissa, humilhante ou desonesta.”
Tentativa de se justificar
Horas depois, o prefeito apresentou uma nova justificativa. Ao divulgar a frase “é melhor morrer de pé do que viver de joelhos”, que se atribui ao ex-presidente norte-americano Franklin Roosevelt, ele afirmou que quis expressar esse tipo de conteúdo.
Vereadores de Mogi das Cruzes repudiam postura do prefeito
As explicações, no entanto, não surtiram efeito em parte da bancada da Câmara Municipal de Mogi das Cruzes. Dos 23 vereadores, dez assinaram o pedido para que a Casa, de forma institucional, repudie a postura de Caio Cunha.
“[A frase divulgada pelo prefeito] é amplamente reconhecida como uma expressão machista, misógina e totalmente desrespeitosa”, afirma o grupo de vereadores. “Não apenas desrespeita as mulheres, mas também perpetua estereótipos negativos e reforça a cultura machista que tanto lutamos para erradicar de nossa sociedade.”
O conteúdo divulgado por Cunha conseguiu unir direita, esquerda e centro. A nota de repúdio conta com aval de vereadores de partidos como PL, PT, Psol, Republicanos e PSD.
Com mais de 50% dos votos válidos, Mara Bertaiolli conquistou a eleição no primeiro turno. Em 1º de janeiro de 2025, ela entrará para a história como a primeira mulher a comandar a Prefeitura de Mogi das Cruzes, município com cerca de 450 mil habitantes e aproximadamente 330 mil eleitores.
Professora e pedagoga, Mara disputou a sua primeira eleição neste ano. A vitória dela nas urnas, contudo, representa a volta da família ao comando do Executivo municipal. O marido dela, Marco Aurélio Bertaiolli, ex-deputado federal e atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, foi prefeito de Mogi das Cruzes por dois mandatos.
Leia também: “O cálice eleitoral”, artigo de Guilherme Fiuza publicado na Edição 237 da Revista Oeste
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