Diretor da Polícia Federal fala em ‘falha generalizada’ em 8 de janeiro

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), o delegado Andrei Rodrigues, admitiu que houve uma “falha generalizada” na proteção dos prédios dos Três Poderes, durante as manifestações de 8 de janeiro. Segundo ele, todos os órgãos de segurança sabiam dos riscos das manifestações que aconteceram naquela data. A declaração foi publicada pelo jornal O Globo, neste domingo, 9.

Falhas de segurança no 8 de janeiro

Rodrigues afirmou que esteve em Brasília em reunião com Flávio Dino, ministro da Justiça, no dia anterior aos acontecimentos. Ele alegou que “adotaram todas as medidas” que estavam ao alcance deles. Segundo o delegado, o que houve por parte da segurança “mostrou que deliberadamente havia o interesse que o caos fosse instaurado”. 

Interpelado se ele reconhece que houve falhas no sistema de segurança, sua resposta foi simples: “É óbvio que houve falha”.

Contudo, Rodrigues atribui as falhas à Polícia Militar do Distrito Federal. “A PM tem expertise e profissionais de altíssimo nível”, afirmou. “Mas, naquele dia, por desleixo ou com propósito que de fato acontecesse o caos, deixou de operar como deveria”, deixando a entender que órgãos do governo federal não tiveram responsabilidade sobre acontecimentos. 

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Delegado defende exoneração de “policial candidato”

O diretor da PF, que chegou ao cargo depois de chefiar a segurança pessoal da Lula durante campanha eleitoral, também disse que vai propor um projeto para impedir que agentes da corporação sejam filiados a partidos políticos. Para Rodrigues, o integrante da instituição que quiser se candidatar a cargos eletivos “terá que ser exonerado e cumprir quarentena de pelo menos dois anos”. 

O diretor-geral da instituição afirmou ainda que o projeto deve ser entregue ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, já no próximo semestre. “Vamos propor que o policial federal seja proibido de ter filiação partidária”, disse. 

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Ele também criticou a suposta politização da instituição — Polícia Federal — e detalhou que, em sua opinião, essa maneira de agir cria um “desequilíbrio do sistema democrático”. “Infelizmente, a instituição foi usada várias vezes”, disse. “Isso cria um desequilíbrio do sistema democrático, permitindo que o candidato se projete e use a instituição para proveito próprio”, concluiu.