O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, disse que os áudios atribuídos ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), são “graves acusações” à corporação e, que em razão disso, já protocolou uma representação contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF).
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“Fomos acusados, e representamos ao STF para que as graves acusações sejam esclarecidas”, disse Rodrigues nesta sexta-feira, 22, ao Poder360.
No áudio vazado, divulgado na quinta-feira 21 pela revista Veja, Cid afirma que teria sido coagido a delatar Bolsonaro e critica Alexandre de Moraes, relator do inquérito no qual o militar fez a delação. Segundo ele, o ministro tem poderes absolutos para mandar prender ou soltar alguém quando desejar.
Em razão das declarações, Mauro Cid está sendo ouvido nesta sexta-feira pelo juiz de segunda instância Airton Vieira, que atua no gabinete de Alexandre de Moraes, ministro do STF relator dos inquéritos nos quais Cid é acusado.
A gravação teria sido feita depois de 11 de março de 2024, data em que o tenente-coronel prestou depoimento à Polícia Federal, em uma conversa com um interlocutor não identificado, segundo a Veja.
A defesa de Cid, em nota, disse que o tenente-coronel “em nenhum momento coloca em xeque a independência, funcionalidade e honestidade” da Polícia Federal neme da Procuradoria-Geral da República. Ele também afirmou que os áudios parecem “clandestinos”.
O que Mauro Cid disse nos áudios divulgados pela Veja
Leia a trechos do que Mauro Cid disse nos áudios divulgados na quinta-feira 21:
“Eles queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu. “Não vai adiantar. Não adianta. Você pode falar o que você quiser. Eu vi isso ontem. Eles não aceitavam e discutiam, que a minha versão não era verdadeira, que não podia ter sido assim, que eu estava mentindo.
+ Cid: ‘Os policiais queriam que eu falasse coisa que não sei, que não aconteceu
Eles já estão com a narrativa pronta, eles não queriam que eu dissesse a verdade, eles queriam só que eu confirmasse a narrativa deles. Entendeu? É isso que eles queriam. E toda vez eles falavam: ‘Olha, a sua colaboração está muito boa’. Tipo assim, ele até falou: ‘Vacina, por exemplo, você vai ser indiciado por 9 negócios de vacina, 9 tentativas de falsificação de vacina, vai ser indiciado por associação criminosa’ e mais um termo lá. ‘Só essa brincadeira são 30 anos pra você’.
Eu vou dizer pelo que eu senti: eles já estão com a narrativa pronta deles, é só fechar. E eles querem o máximo possível de gente para confirmar a narrativa deles. É isso que eles querem.
+ Mauro Cid reclama de Moraes: ‘É a lei’; ouça áudios
Eles são a lei agora. A lei já acabou há muito tempo, a lei é eles. Eles são a lei. O Alexandre de Moraes é a lei. Ele prende, ele solta quando quiser, como ele quiser, com Ministério Público, sem Ministério Público, com acusação, sem acusação. Se eu não colaborar, vou pegar 30, 40 anos [de cadeia]. Porque eu estou em vacina, eu estou em joia.
A PF está atolada no esgoto té o pescoço.
Se se mexer muito, vai se afogar…
Não há como piorar a reputação da pf.
Essa corja nefasta da esquerda está emporcalhando nosso país de cabo a rabo.
Até a PF que era uma das instituições mais respeitadas do país, já não detem qualquer credibilidade.
Diante de uma fala que poderia ser interpretada como uma denúncia e que a superintendência da PF poderia optar por investigar com um processo administrativo via corregedoria, fez, ao invés, a opção por denunciar intempestivamente como acusações, sem apurar se as falas seriam falsas ou verdadeiras. Isto não confirmaria que a narrativa já está mesmo pronta?
Eles não podem voltar atrás, já foram longe demais.
A denúncia será apurada por Alexandre de Moraes, adivinhem o resultado.