O ex-presidente Jair Bolsonaro disse, neste domingo, 16, que continuará sendo um “problema” para o Supremo Tribunal Federal (STF), mesmo “preso ou morto”. A declaração ocorreu em Copacabana, no Rio de Janeiro, durante ato em defesa da anistia aos condenados pelo 8 de janeiro.
“Eu estava nos Estados Unidos [no dia 8 de janeiro]“, afirmou Bolsonaro. “Se eu estivesse aqui, estaria preso até hoje ou quem sabe morto por eles. Eu vou ser um problema para eles, preso ou morto. Mas eu deixo acesa a chama da esperança, da libertação do nosso povo.”
Bolsonaro declarou que não deixará o Brasil e pediu que seus apoiadores continuem lutando caso algo lhe aconteça. “Se alguma covardia acontecer comigo, continuem lutando”, disse. Ele também afirmou que há votos suficientes para aprovar a anistia na Câmara dos Deputados. “Até se o Lula vetar, nós derrubaremos o veto.”
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O evento contou com discursos de parlamentares, pastores e governadores aliados.
O ex-presidente criticou as investigações sobre a suposta tentativa de golpe em 2022 e disse que o tamanho das penas aplicadas aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro foi calculado para justificar uma eventual condenação contra ele.
Bolsonaro também homenageou as pessoas que permanecem presas e lembrou de Cleriston Pereira da Cunha, o Clezão, que morreu vítima de mal súbito na Papuda, em 2024.
No ato que teve o pedido de anistia aos presos e denunciados pelo 8 de janeiro de 2023, a Polícia Militar do Rio de Janeiro contabilizou a presença de mais de 400 mil pessoas. A Universidade de São Paulo, no entanto, falou em menos de 20 mil presentes.
Bolsonaro defende sua candidatura em 2026
Na ocasião, Bolsonaro defendeu sua candidatura em 2026 para a Presidência da República. Ele afirmou que sua inelegibilidade poderia ser revertida.
“Afinal de contas, me tornaram inelegível por quê?”, indagou. “Pegaram dinheiro na minha cueca? Algum desfalque em estatal? Porque me reuni com embaixadores? Eleições sem Bolsonaro é negar a democracia no Brasil.”
Ato ocorre às vésperas de julgamento no STF
O ato ocorreu às vésperas da análise pelo STF da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que acusa Bolsonaro de liderar uma suposta trama golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A PGR também denunciou outras 33 pessoas.
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Se condenado, Bolsonaro pode enfrentar mais de 40 anos de prisão e ter sua inelegibilidade ampliada. Entre as acusações estão tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano ao patrimônio público e formação de organização criminosa.