O presidente da CPMI do 8 de Janeiro, deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA), marcou para a quarta-feira 4 uma reunião a portas fechadas para discutir um acordo de procedimentos para a votação do relatório final das investigações.
“Vamos discutir a convocação de quinta-feira 5 e um acordo de procedimentos para a discussão e a votação do relatório no dia 17”, explicou Maia na sessão desta terça-feira, 3. “A oposição trará um voto separado e devemos organizar como será o prazo.”
Na quinta-feira, a comissão deve ouvir o subtenente Beroaldo José de Freitas Júnior, lotado no Batalhão de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal.
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Freitas foi promovido por bravura depois de atuar no combate aos vândalos que invadiram os prédios públicos. Inicialmente, seria ouvido o general Braga Netto, ex-ministro e ex-candidato à vice-presidência na chapa do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O depoimento de Netto foi desmarcado pela segunda vez, mas, conforme apurou Oeste, a ala governista ainda tenta costurar uma data para ouvir o general.
A reunião pode ser uma oportunidade para remarcar a oitiva de Braga Netto no lugar do subtenente. Devido ao feriado, na próxima semana, o colegiado não deve se reunir.
Neste momento, a CPMI ouve o empresário Argino Bedin, suspeito de financiar as manifestações que resultaram na invasão às sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Empresário suspeito de financiar manifestações fica em silêncio em CPMI
Ao colegiado, Bedin permaneceu em silêncio. Ele respondeu apenas a alguns questionamentos da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que citou nomes de membros da família dele e pediu que ele confirmasse se conhecia ou não as pessoas.
Conforme a deputada, “toda a família” do empresário atuou para financiar as manifestações contra as eleições, que resultaram no 8 de janeiro.
Bedin, conforme o requerimento que o convoca à CPMI, é conhecido como o “pai da soja” em Mato Grosso do Sul e sócio de ao menos nove empresas.
Ele ainda teria tido suas contas bloqueadas por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF. O empresário é o primeiro depoente, relacionado ao escopo de possíveis financiadores dos atos de depredação, que vem à CPMI.
A defesa de Bedin pediu que a obrigatoriedade do comparecimento dele fosse dispensada, pois ele foi convocado como testemunha e, conforme os advogados, seria “acusado”.
O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, manteve a oitiva de Bedin, mas concedeu ao depoente o direito ao silêncio em perguntas que possam incriminá-lo.
Tudo isso que ocorre na CPMI é bastante lamentável e se dependesse da corja que foi colocada agora no poder eles prendiam toda a população e somente deixaria livre a quadrilha deles.