O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, afirmou que a relação entre o seu país e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva ‘está bloqueada’, desde que o presidente comparou, em fevereiro, a atuação do Exército israelense com soldados da Alemanha nazista. A fala ocorreu no último fim de semana, ao jornal O Estado de S. Paulo, e foi publicada nesta segunda-feira, 25.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
Zonshine ainda expressou otimismo em relação à futura parceria entre Israel e os Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump. Segundo ele, Trump deverá apoiar questões estratégicas para Israel.
“Se olharmos para as nomeações do presidente eleito até agora, acreditamos que nossa vida será um pouco mais fácil em Washington”, disse o embaixador, durante a convenção nacional da Confederação Israelita do Brasil (Conib), em São Paulo. “A relação seria forte independente de quem estivesse na Casa Branca, mas a expectativa é que o republicano seja mais confortável para Israel”.
Crise diplomática entre Israel e Brasil
As relações bilaterais entre Brasil e Israel ficaram comprometidas depois de falas de Lula, que retirou o embaixador brasileiro de Tel-Aviv. O diplomata foi chamado de volta depois de ser convidado para um evento com o chanceler israelense no Museu do Holocausto, em Jerusalém. Zonshine ressaltou que essa situação dificulta o diálogo com o governo brasileiro.
Leia também: “Eles não querem a paz”, artigo de Silvio Navarro publicado na Edição 244 da Revista Oeste
“Estamos em uma crise diplomática”, afirmou Zonshine. “O Brasil não tem embaixador em Israel. O último embaixador foi chamado para consultas e agora ele está em outro posto. Não temos acesso ao governo federal, e o trabalho fica mais difícil.”
Apesar das atuais dificuldades, ele manifestou esperança de que os laços entre Israel e Brasil possam ter restauração e fortalecimento.
Leia mais: “Irmãos coragem”, reportagem de Eugenio Goussinsky publicada na Edição 244 da Revista Oeste
Além disso, Zonshine destacou a complexidade da situação em Gaza, onde o Hamas mantém o controle, e a necessidade de diálogo com parceiros regionais, incluindo países árabes e o Egito.
O embaixador também expressou preocupação com o aumento do antissemitismo global, incluindo no Brasil. Ele destacou os esforços de Israel, em parceria com comunidades judaicas, para monitorar e combater esse fenômeno por meio de medidas educativas e de segurança.