O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, foi alvo de críticas em meio à sessão desta terça-feira, 1º, da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dedicada a apurar os acontecimentos relacionados às manifestações de 8 de janeiro. O senador Esperidião Amin (PP-SC) acusou o integrante do governo federal de censura.
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De acordo com Amin, que é um dos titulares da CPMI do 8 de Janeiro, Dino insiste em não liberar ao colegiado as imagens internas do Ministério de Justiça no dia dos protestos. Na ocasião, manifestantes invadiram a sede do Supremo Tribunal Federal, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto.
“O ministro da Justiça não pode nos dar conselhos agora”, disse Amin. “Ele já deu a posição dele, ele não entrega [as imagens]”, prosseguiu o senador. “Não não temos que pedir para a Polícia Federal. O dono do prédio é o Ministério da Justiça, onde ocorreram fatos que até agora não se conhecem.”
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Amin reforçou, nesse sentido, a importância de ter acesso às imagens internas da pasta sob comando de Dino para analisar a possibilidade de omissão por parte do primeiro escalão do governo federal em relação às ações preventivas antes das invasões dos prédios da Praça dos Três Poderes, em Brasília. Dessa forma, o parlamentar comparou a postura do ministro a de um censor.
“Os fatos ocorridos vão ser censurados?”, perguntou Amin. “Isso é uma censura! Censurar um filme, para a sociedade brasileira não saber o que aconteceu. Não tem nem pé nem cabeça.”
O ministro da Justiça não pode nos dar conselho, agora. Ele já deu a posição dele. Ele não entrega. Não temos de pedir para a Polícia Federal.
— Revista Oeste (@revistaoeste) August 1, 2023
O dono do prédio é o Ministério da Justiça, onde ocorreram fatos que até agora não se conhece.
Não tem nada a ver com inquérito. É uma… pic.twitter.com/2So2xxU7SU
CPMI do 8 de Janeiro
A crítica de Amin a Dino não foi o único acontecimento da manhã de hoje na CPMI do 8 de Janeiro, que voltou à ativa depois do fim do recesso parlamentar. Em depoimento, o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura Cunha complicou o governo federal em seu depoimento.
De acordo com Moura Cunha, o então titular do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, pediu a ele para adulterar um relatório relacionado às manifestações do 8 de janeiro. Além disso, o ex-diretor da Abin afirmou que avisou o GSI com antecedência sobre os riscos dos protestos.
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Xandão vai mandar prender o Amin!