Presidente Jair Bolsonaro não avaliou positivamente a participação do ministro Abraham Weintraub em manifestações do último final de semana
O presidente Jair Bolsonaro afirmou na tarde desta segunda-feira, 15, que está tentando solucionar os “problemas de relação” com o ministro da Educação, Abraham Weintraub. A declaração foi dada em entrevista à TV Band News.
Bolsonaro afirmou que não avaliou positivamente a participação de Weintraub em atos favoráveis ao governo no último final de semana, em Brasília. Sobretudo porque, o grupo de apoiadores furou o bloqueio estabelecido pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, que havia fechado o trânsito de veículos e pessoas na Esplanda dos Ministérios.
“Eu acho que ele não foi muito prudente em participar da manifestação, apesar de não ter falado nada demais ali. Mas não foi um bom recado. Por quê? Porque ele não estava representando o governo. Ele estava representando a si próprio. Como tudo o que acontece cai no meu colo, é um problema que estamos tentando solucionar com o senhor Abraham Weintraub”, disse.
Durante o ato, Weintraub foi questionado sobre impostos pagos para “funcionários corruptos”. Diante disso, o ministro disse aos apoiadores que já tinha falado sua opinião sobre “os vagabundos”. “Eu já falei a minha opinião, o que eu faria com vagabundo”, disse, sem deixar claro a quem se referia.
Weintraub usou o mesmo termo na reunião ministerial de 22 de abril, quando defendeu a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e os chamou de “vagabundos”.
Além do desgaste, a participação de Weintraub no ato lhe rendeu uma multa de R$ 2 mil. A autuação foi aplicada pelo governo do Distrito Federal, pois o ministro compareceu ao ato sem máscara. Conforme decreto, o item é de uso obrigatório nas vias públicas do DF.
Desgaste
Como Oeste mostrou, uma possível demissão do ministro vem sendo discutida pelo governo. O tema, entretanto, é muito sensível até para o presidente Jair Bolsonaro.
A possível saída de Weintraub não é certa porque, diferentemente de Sérgio Moro, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, e Luiz Henrique Mandetta, ex-ministro da Saúde, Weintraub não bate de frente com o presidente. Tampouco adota uma gestão em desagrado com o governo.
O Ministro está atrapalhando mais do que ajudando o Governo. Precisa repensar suas atitudes.