Evandro Leitão (PT) será o prefeito de Fortaleza a partir de janeiro de 2025. No segundo turno da eleição para a capital do Ceará, realizada neste domingo, 27, o petista conquistou 50,37% dos votos e derrotou André Fernandes (PL), que obteve 49,63% da preferência popular.
No primeiro turno, realizado em 6 de outubro, Fernandes liderou com 40,2% dos votos válidos. Já Leitão obteve 34,33%. Ao todo, foram 562 mil votos contra 480 mil.
A eleição refletiu a polarização política no país, com os dois candidatos campos opostos: Fernandes recebeu o apoio de grupos conservadores e alinhados com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), enquanto Leitão teve o suporte de forças “progressistas”, associadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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Outros candidatos importantes no primeiro turno, como José Sarto (PDT) e Capitão Wagner (União Brasil), que ficaram em terceiro e quarto lugares, respectivamente, não avançaram para o segundo turno. Sarto teve 11,75% dos votos, enquanto Wagner alcançou 11,4%. Para o segundo turno, o pedetista anunciou neutralidade. O integrante do União Brasil, por sua vez, declarou apoio a Fernandes.
Pesquisas recentes mostravam que Abdré Fernandes e Evandro Leitão estavam próximos o bastante para configurar empate técnico na disputa. A mobilização dos eleitores indecisos e a busca por apoio de lideranças políticas locais foram decisivos para definir o resultado.
A ascensão de André Fernandes
André Fernandes emergiu como favorito no primeiro turno das eleições para a Prefeitura de Fortaleza ao usar sua base de apoio conservador. Ele é conhecido por sua atuação como deputado estadual e federal, o que lhe deu visibilidade para defender pautas de direita. Isso fortaleceu sua imagem, especialmente entre eleitores que buscam posicionamentos mais combativos contra o sistema político tradicional.
Além disso, a campanha de Fernandes se destacou pelo foco em temas como segurança pública e combate à corrupção — preocupações significativas para o eleitorado local. Ele também se beneficiou do uso das redes sociais, em que conseguiu engajar os seguidores e propagar suas mensagens de forma eficiente.
Outro fator importante contribuiu para o cenário que se configurou no segundo turno: o enfraquecimento de candidatos tradicionais, como José Sarto e Capitão Wagner, que não conseguiram atrair um número expressivo de votos no primeiro turno. O pedetista teve o apoio de pouco menos de 160 mil eleitores, enquanto o integrante do União Brasil recebeu quase 160 mil votos. A queda de Sarto, por exemplo, facilitou o caminho para que Fernandes consolidasse sua posição como líder das intenções de voto.
Esses elementos combinados — base conservadora, temas de campanha estratégicos e a polarização política — ajudaram André Fernandes a conquistar 40,2% dos votos no primeiro turno.
A campanha de Evandro Leitão
Evandro Leitão se filiou ao PT menos de um ano antes das eleições. Como resultado, recebeu apoio de importantes figuras políticas, como do presidente Lula. O apoio do presidente impulsionou a campanha do candidato, que chegou ao segundo turno empatado tecnicamente com André Fernandes.
Além disso, Leitão contou com o apoio de Camilo Santana, ministro da Educação e ex-governador do Ceará, um dos principais líderes políticos do Estado. Camilo ajudou especialmente a articular a campanha em nível local.