Evento de Lula para relembrar o 8/1 foi ‘patético’, diz deputado

O ato convocado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em memória às manifestações de 8 de janeiro de 2023 não ganhou adesão popular. Durante o evento, a Praça dos Três Poderes contou com apenas alguns apoiadores do governo. A falta de apoio da população fez alguns deputados debocharem da solenidade.

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Em entrevista à edição desta quarta-feira, 8, do Jornal da Oeste, o deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS) chamou o ato solene de “patético”. “É um evento que ultrapassa os limites da piada.”

Ainda de acordo com o parlamentar, houve duas importantes ausências no ato: “A do povo e a do general Gonçalves Dias, braço direito de Lula”.

Em 8 de janeiro de 2023, Gonçalves Dias era o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional do governo Lula. Filmagens o mostram no Palácio do Planalto durante a invasão, chegando a interagir com alguns dos manifestantes. Depois da revelação dos vídeos, ele pediu demissão do cargo.

“Não houve tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023”

O deputado gaúcho ainda lembrou que “não houve nenhuma tentativa de golpe” naquele dia. O parlamentar disse que o assunto está ultrapassado e “que boa parte da população não acredita mais na ‘narrativa’ de que ‘as tias do Zap’ queriam dar golpe no Brasil”.

“Golpe de Estado é o que Lula está fazendo com o povo brasileiro”, disse Sanderson. “Mentiu, prometeu picanha. Hoje o povo não está comendo nem abóbora.”

Sanderson é um dos deputados que trabalham pela aprovação do Projeto de Lei 2.858/2022, mais conhecido como PL da Anistia. Segundo o parlamentar, a proposta, que concede anistia aos acusados pelo 8 de janeiro, tem grandes possibilidades de ser aprovada em 2025 pela Câmara dos Deputados.

Lula chamou os manifestantes de “irresponsáveis”

Lula ainda não se manifestou publicamente sobre a anistia. Contudo, durante discurso no esvaziado evento desta quarta-feira, ele chamou os manifestantes do 8 de janeiro de “irresponsáveis” e “aloprados”. Também disse ter “escapado” da morte junto do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

“Escapei, junto do Xandão e do companheiro Alckmin, de um bando de irresponsáveis”, disse Lula. “Diria que um bando de aloprados, que acharam que não precisariam deixar a Presidência depois do resultado eleitoral e que seria fácil tomar o poder.”

Ainda durante o discurso, Lula deu a entender que as amantes podem ser mais amadas que as mulheres. A fala ocorreu em um contexto em que o petista disse ser “amante” da democracia.

“Diria que sou um amante da democracia”, declarou. “Não sou nem marido. Sou amante. Porque na maioria das vezes os amantes são mais apaixonados pela amante do que pelas mulheres. Sou amante da democracia e conheço o valor dela.”

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