O ex-deputado distrital Carlos Pereira Xavier, de 62 anos, preso por homicídio, teve sua sentença de 15 anos de detenção de prisão anulada. A decisão foi baseada em um novo e bombástico depoimento que surgiu sobre o caso, informou neste domingo, 15, o portal Metrópoles.
Conhecido também como Adão Xavier, ele é acusado de encomendar a morte de um adolescente de 16 anos em 2004.
Condenado em 2015 e preso em fevereiro deste ano, ele foi liberado esta semana depois de o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) acatar um pedido da defesa para revisão criminal.
Depoimento muda cenário do caso de ex-deputado preso por homicídio
Os elementos cruciais para a anulação da sentença incluem um relatório policial e um depoimento impactante do policial civil Adamastor Castro e Lino de Andrade Júnior.
Adamastor, que atuou na investigação enquanto estava na antiga Corvida (atual Delegacia de Homicídios), afirmou que houve “contaminação política” no caso.
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Segundo ele, um dos autores teve seu indiciamento alterado de latrocínio para homicídio “em decorrência de questões políticas e econômicas”.
O então suplente do então deputado, Wilson Lima, queria a cassação de Xavier para assumir o cargo. Com essa mudança, o delegado Mário Gomes passou a conduzir o caso.
Envolvimento de figuras políticas e familiares
Gomes e Lima eram amigos e vizinhos. A mulher de Gomes foi nomeada no gabinete de Lima depois de ele tomar posse.
Xavier foi condenado em duas instâncias por ordenar a execução do jovem de 16 anos. A acusação alegava que então deputado acreditava que o adolescente tinha um caso com sua mulher.
Por esse motivo, contratou Eduardo Gomes da Silva, conhecido como Risadinha, Leandro Dias Duarte e outro adolescente para realizar o assassinato.
Detalhes do crime e suas consequências
O ex-parlamentar teria pagado R$ 15 mil pelo crime. O corpo do jovem, Ewerton Ferreira, foi encontrado com marcas de tiros atrás de uma parada de ônibus no Recanto das Emas.
Na época, Xavier era casado havia 14 anos. Contudo, o relacionamento se deteriorou em razão dos frequentes casos extraconjugais de sua mulher com adolescentes, que inclui a vítima. Descontente, Xavier decidiu “tomar providências para pôr fim à questão”, afirma o Metrópoles, com base no processo.
A condenação resultou na cassação do mandato de Carlos Xavier. Ele se tornou o primeiro parlamentar da história da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) a perder o posto.
Xavier serviu três mandatos, eleito em 1994, 1998 e 2002 pelo Partido Progressista Brasileiro (PPB) (atual Progressista) e pelo Partido Social Democrático (PSD).