O ex-prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella agora é réu por decisão da juíza Juliana Benevides, da 1ª Vara Criminal Especializada de Combate ao Crime Organizado, após denúncia oferecida pelo Ministério Público no caso conhecido como “QG da Propina”. Crivella ainda exercia o mandato quando foi preso em dezembro de 2020, suspeito de comandar um esquema de liberação de pagamentos a credores do município. Contra o ex-prefeito, pesa também a acusação de direcionar licitações em troca de propina. Uma decisão do Superior Tribunal de Justiça permitiu a Crivella que cumprisse a prisão domiciliar. À época, os advogados do ex-prefeito alegaram que a prisão era ilegal.
A juíza explicou que uma delação detalhou o esquema — empresários, pessoas físicas e jurídicas que funcionavam como “laranjas” foram mencionados. As investigações do Ministério Público começaram após a delação do doleiro Sérgio Mizrahy. Segundo ele, Rafael Alves, outro denunciado e agora réu ao lado de Marcelo Crivella, não era sequer nomeado, mas despachava na prefeitura, aliciava empresas com interesse em firmar contratos com o governo ou precisavam receber restos a pagar por serviços prestados. Para furar a fila, as empresas citadas na deleção pagavam um porcentual de 3% a 5% — em propina — sobre os valores. Logo após a prisão de Alves, também em 22 de dezembro, a defesa se posicionou. “A prisão se revela espalhafatosa e desnecessária. A defesa confia na pronta reparação desta violência jurídica”, disse Joao Francisco Neto, advogado do empresário.
À CNN Brasil, a defesa de Marcelo Crivella afirmou: “Apesar de a decisão determinar a citação, acreditamos que a denúncia será rejeitada tão logo apresentada a resposta à acusação, oportunidade em que será demonstrada a incongruência entre a narrativa acusatória e a trajetória de vida de Marcelo Crivella. Confiamos na Justiça”.
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