O ex-presidente do diretório municipal do PSDB em São Paulo Luiz Fernando Alfredo solicitou a impugnação da candidatura de José Luiz Datena à prefeitura paulistana. A alegação é que o processo de seleção do jornalista teve irregularidades tanto antes quanto durante a convenção do partido, ocorrida em 27 de julho.
O pedido foi submetido à Justiça Eleitoral de São Paulo na segunda-feira 19. O documento, de 19 páginas, afirma que o PSDB divulgou nas redes sociais a candidatura de Datena antes da convenção.
Alfredo descreve o evento como um “mero jogo de cartas marcadas”, mencionando que, no ato de convocação, haveria uma votação para escolher o candidato a prefeito. Ele também destaca que havia outros dois nomes cotados para a candidatura, incluindo o dele próprio.
Ainda segundo o documento, uma reportagem no site do PSDB já indicava Datena como escolhido um dia antes da convenção, em 26. “Não é possível, lógica e juridicamente, que a Federação tivesse escolhido seu candidato na sexta-feira, antes da realização da Convenção Eleitoral, agendada para o sábado”, argumenta Alfredo.
O conteúdo do documento
No documento, Alfredo alega que a entrada dos apoiadores dos outros candidatos foi impedida durante a convenção, tornando a ata do evento inválida. Ele questiona como seria possível verificar a votação alegada, considerando que apenas os apoiadores de Datena estavam presentes.
“Como seria possível aferir que de fato houve a votação atestada, a qual é obrigatória no caso de existência de mais de um pré-candidato”, afirma.
O pedido também solicita que Datena seja proibido de realizar atos de campanha eleitoral, tanto no rádio quanto na TV, e que todos os valores do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha transferidos para sua conta de campanha sejam devolvidos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Conselho de Ética do PSDB cogitou expulsão de tucano contrário à candidatura de Datena
Duas representações contra o ex-dirigente partidário estiveram em debate na reunião, que teve início por volta das 17h. A informação foi publicada pela emissora CNN Brasil.
Um dos documentos é relacionado a um comentário considerado homofóbico do ex-dirigente em um grupo de mensagens. Na conversa, ele afirmou que uma máscara rosa seria uma homenagem ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).
O partido, segundo seu estatuto, defende o respeito ao pluralismo e às diferentes orientações sexuais e identidades de gênero.
A segunda representação diz que Alfredo teria se recusado a entregar as chaves do diretório municipal do PSDB paulistano quando deixou o comando do partido. Além disso, negou-se a entregar dados e documentos, como balanços patrimoniais, fluxos de caixa e senhas de redes sociais, o que dificultou a transição de poder.
“A atitude infantil do representado está acarretando enormes prejuízos ao PSDB, dentre os quais a impossibilidade de se comunicar de forma plena com a rede de filiados”, afirma trecho de uma das representações. “Isso porque, até hoje, Fernando não repassou os logins e senhas das redes sociais.”
Na convenção de sábado, seguranças impediram Alfredo de participar, assim como os militantes do partido que são contrários à candidatura de Datena. Na época, o tucano afirmou que ia judicializar o caso para tentar barrar a candidatura.
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