J.R. Guzzo
(Publicado no jornal O Estado de S. Paulo, em 21 de março de 2020)
Há 40 anos, desde a sua fundação, o PT pensa, fala e vive como um partido único; não sabe, simplesmente, ser de outro jeito. É bem fácil de entender. Se o PT não é uma ditadura, por que o presidente do partido – oficial ou oculto, mas o único verdadeiro – é sempre o mesmo desde 1982? O PT, na verdade, não tem um presidente. Tem uma autoridade máxima – uma mistura de Fidel Castro, ou algo parecido, com o papa, no tempo em que o papa mandava em alguma coisa. O comandante nunca permitiu, e continua a não permitir, que qualquer outro nome possa disputar um mínimo de espaço com ele dentro do partido. Todos os que tentaram, de Luiza Erundina a Marta Suplicy, passando por Deus e todo o mundo, acabaram postos para fora.
Há 40 anos, apesar de nada disso ser nenhum segredo, os políticos brasileiros que imaginam ser do centro-equilibrado-democrático-civilizado-asseado-de meia esquerda-preocupado com o “social” e amigo das crianças acreditam que Lula possa, um dia, abrir mão de seus interesses pessoais e aliar-se para valer com algum deles. Jamais deu certo, é claro, e não vai dar certo nunca. O ex-governador Ciro Gomes, por exemplo, já está ali pela décima tentativa; até outro dia continuava tentando. Os últimos a acreditar foram os pré-candidatos – ou melhor, a essa altura, ex-pré-candidatos – à sucessão do presidente Jair Bolsonaro. Tiveram uma miragem, durante dois anos: acharam que podiam ficar amigos de Lula, do PT e da esquerda. Levaram um belo somebody love, como se diz, e hoje estão a pé.
A decisão do ministro Edson Fachin de anular as quatro ações penais que Lula tinha nas costas, incluindo sua condenação em terceira e última instância por corrupção e lavagem de dinheiro – com sentenças de nove juízes diferentes – anulou, ao mesmo tempo, as candidaturas que tentavam disputar o espaço entre Bolsonaro e o “campo progressista”. Foi um efeito inesperado. Ao declarar que a ficha suja de Lula não vale mais, o STF, tão louvado por todos os que não querem a reeleição do presidente da República, decidiu qual é a candidatura de oposição que vai existir na vida real. O prejuízo, em consequência, é de todas as outras – os que esperavam o apoio de Lula terão de se contentar, agora, em esperar que o ex-presidente lhes dê alguma sobra e a permissão de apoiar a sua campanha. É o avesso do avesso.
A fila é grande: empresários com “agendas sociais”, gente do mundo dos auditórios, generais da reserva e uma porção de etcéteras se aglomeram na lista de espera, rezando por um chamado do alto para “compor a chapa”. No fim, pode não ser nenhum desses; Lula tem lá as suas próprias ideias a respeito do assunto e, de qualquer forma, ainda falta muito tempo até a eleição de 2022. O certo é que o “espaço vazio” que se imaginava existir para a sucessão presidencial não existe mais – nesse espaço há um Lula, outra vez, querendo ser presidente. O STF devia ter ajudado, claro, mas o que se esperava era outra coisa. O conveniente seria ficar expedindo liminares, agravos e embargos contra Bolsonaro e o seu governo, só isso; não era para ressuscitar Lula. Agora está assim.
O resultado é que o horizonte do Brasil, até prova em contrário, é de extremo contra extremo. O centro sumiu. Lula não precisa dizer nada de diferente daquilo que tem dito a vida inteira para garantir seu apoio: quem está com ele não quer ouvir nada que já não tenha ouvido. O mesmo acontece com Bolsonaro: seus admiradores não estão interessados em escutar outra voz. Quem está no meio encontra-se sem escolha, sem nomes e sem um programa alternativo. Não há muita coisa boa que possa vir disso aí.
O Carniça ditador continua sendo ladrão, condenado em 3 instâncias da Justiça e vai entrar para a história como o maior corrupto da nação brasileira de todos os tempos! Com ou sem a “ficha limpa” que, no caso dele, é uma ilusão criada por seus capachos no STF. Os ministrécos cumpriram direitinho a ordem do ditador. Ao contrário, Jair Bolsonaro é democrata, não rouba, não deixa roubar e tem a melhor equipe de ministros da história. Apesar do ataque diário da imprensa lixo, do STF, dos governadores e prefeitos, da esquerda do atraso e da roubalheira, dos perdedores de 2018, do vírus chinês e dos boçais invejosos que o odeiam o presidente pelo carisma e aceitação que tem junto ao povo, o país está andando para a frente. Chegará ao fim de 2022 bem, com a economia e a saúde recuperadas. Jair Bolsonaro será reeleito, pelo bem do país!
Como é que um preso consegue sair da prisão, e ainda ter todas as suas condenações anuladas ?
Mestre Guzzo, você acabou de qualificar seus admiradores como eu ex tucano que atualmente me enquadro no “extremo” Bolsonaro, que no teu entendimento foi o que restou de uma safadeza de nossa Suprema Corte. O Centro que você se refere não sumiu não, esta se unindo a Lula para destruir o governo Bolsonaro. Leia o que escreve hoje o decadente Estadão sobre trégua entre PSDB e PT e você encontrará esta manifestação do meu ex ídolo, atual mau caráter FHC: “da minha parte estou disposto a conversar. É necessário. Na minha concepção, é preciso definir quem é o inimigo principal. Se é Bolsonaro, como a gente ganha dele? E ganha para fazer o que? Essas são as duas questões postas”.
Guzzo, esta disposição ao dialogo de FHC é com LULA. Dá para entender o conluio para detonar Bolsonaro e seguramente destruir o pais?.
Por que este falso diplomata autoritário que interferiu na PF e na Imprensa conforme confessou em seus “diários da presidência” prefere se unir com Lula e não o faz com Bolsonaro, como tem feito Michel Temer que tem tido boas relações e oferece sugestões ao presidente para a boa governabilidade?
É, Guzzo, não existe bom sem defeito. Até que enfim você deu uma mancada. É humanamente impossível colocar no mesmo patamar o ladrão e o honesto, extremista ou não, e se sim, em favor da nação, ao contrario do ladrão apoiado pelo stf que visa apenas locupletar-se com seus babões. Mas dá para você se redimir. Estamos aguardando.
A mediocridade necessita reduzir ao seu nível, pelo menos, todo e qualquer oponente.
Essa é sua única e exclusiva tática de se manter competitiva, já que nada produzem além de blá, blá, blá, de devaneios, sonhos e fantasias, embora tal artimanha só consiga atingir os mais desinformados, desajustados e inadequados à vida social.
Caro Guzzo, ultimamente você tem nos feito lembrar do Reinaldo Azevedo ou do Mynard, tal é a forma como vem – espero que com você tratar se de momentos inadvertidos – nos tratando como “gados”.
Esta turma que lê Oeste Guzzo, não gostaria de Bolsonaro se o capitão fosse ladrão ou extremista.
Como Eu, esta camada da sociedade que luta e presta a atenção; pessoas não ideologizadas, só não querem nada do que viu, desde a revolução comunista de 1.988.
Fomos enganados e, como reflexo, um país imoral, que se apresenta ao mundo com esse STF chulo, com essas FFAA que sequer inquirem um presidente eleito democraticamente, do porquê não se vale da carta, que apesar de ser comunista, tem brechas para resguardar o executivo, das tramoias insanas dos globalistas.
Nunca se viu tanto despreparo como retalhar a Federação, retaliando um governo central, tirando Dele precipitadamente a condução sa pandemia.
Assim conhecemos o verdadeiro FHC, Mandetta, Moro, Maia, e qtos crápulas desaa imprensa vendida aos chineses.
Aqui não se fala em Doria, Ciro Gomes ou bandidos soltos por cordialidade.
O no gorgio será desfeito.
Ainda é cedo pra ser falar de impeachment de toga.
J R Guzzo, caro J R Guzzo, meu caro J R Guzzo, por poucas vezes tenho feito comentários aqui na Oeste: no mais das vezes, pela própria completude dos textos e colunas aqui publicados, e, posso dizer, até complementados pelos comentários dos seus atentos leitores. Texto seu, então, caro J R Guzzo… Leio e aprecio sua singular capacidade de materializar em palavras muito daquilo que os que apreciamos a narrativa da vida real, como a vida real é, desde bem passados tempos de ‘veja’. Ultimamente, porém, caro Guzzo, vez por outra, tal agora, vejo-me obrigado a concordar com os que discordam do seu malabarismo para comparar o incomparável: “extremos contra extremos”, caro Guzzo? São milhares, quiçá milhões, os que valorizamos seu trabalho; mas pra tudo há limites, caro Guzzo. E acredite: os que estamos aqui como seus leitores temos também capacidade para distinguir alhos de bugalhos, caro Guzzo; e, sabemos todos, você também. Esse “extremos contra extremos”, caro Guzzo, ficou, no mínimo, incompatível com o seu (de J R Guzzo) costumeiro e sempre esperado elevado padrão.
Até, tu, Guzzo? comparar Bolsonaro ao maior corrupto da história da humanidade? além de corrupto, socialista!!!! Poupe-nos, Guzzo. Talvez pensa que está falando com algum imbecil. Eu, porém, tenho certeza. Não contamine este veículo que até, então, parecia sério. Pare de falar merda!!!
Menos Guzo! O certo seria” Ladrão contra um Democrático”. Calma Guzzo
Guzzo, esse seu texto me causa engulhos.
Infelizmente por esse ódio que você sente pelo nosso Presidente, e por você ser um dos responsáveis editoriais da revista Oeste, serei compelido, se continuar com esses ataques, o cancelamento da minha assinatura!
Guzzo assinei sua revista por ter nela encontrado coerência e imparcialidade.
Quando li seu artigo fiquei incomodada. Não sou capaz de entender tudo sobre política. Mas sei muito bem como agem psicopatas ávidos pelo poder, no qual os meios justificam os fins.
Mas nos comentários entendi meu incômodo.
O PT quer o poder a qualquer preço. Muitos dos seus dirigentes estão presos. E lula não foi inocentado.
Seu artigo não foi imparcial como sempre.
Vc é livre para escrever, ainda bem.
Mas nós também.
Ainda!
Queren o confronto.
TERÃO.
Ainda não consigo entender por que são tanta importância a Lula, uma criatura que não merece mais que o lixo da História!!!
Faço minhas as suas palavras. Nunca entendi isso. Na minha opinião, a imprensa deveria ignorar essa figura execrável.
Grande Mestre Guzzo,
Adoro seus textos, mas concordo em parte com os leitores acima. Acredito que não foi sua intenção em colocar o Presidente Bolsonaro no mesmo patamar do ex-presidente Lula. Dizer que são dois extremos, entretanto, poderia chancelar o discurso “progressista” no qual o presidente atual representa uma extrema direita que é sinônimo de ataque à Democracia, o “facismo imaginário”, e todos os “ismos” e “idas” que o dicionário permitir à figura presidencial. Achar que o estrago no Brasil causado pela esquerda seria equivalente em dano as ações do autoproclamado governo conservador, tendo à frente figuras do porte de Paulo Guedes e Tarcísio Freitas.
O ex-presidente Lula tem pelo menos dois caminhos, a depender do desenrolar dos fatos, até o registro das candidaturas oficiais em 2022: ou pode ser o provocador oficial da república, esperando animadamente os revides do Bolsonaro, tentando o confronto com ele em possíveis debates, partindo para um “tudo ou nada” no segundo turno. Outro caminho é “programar” um Poste 3.0 (Dilma e Haddad foram os protótipos), e lançar este torpedo como candidato principal, sendo o Lula – quando muito – o vice, sendo na prática a eminência parda. Esta última estratégia funcionou bem na Argentina e na Rússia, somente para dar dois exemplos recentes.
Que colocação! Perfeito
“Ao declarar que a ficha suja de Lula não vale mais” – perdão, Guzzo, mas tenho ouvido gente lúcida e bem esclarecida, como, por José Maria Trindade, afirmar que Lula continua ficha suja – a única coisa que mudou nos processos contra ele foi a mudança de tribunal, de modo que os processos continuam tramitando como estavam – o novo juiz, ao examinar cada caso, poderá então (1) nada alterar e manter tudo como está, (2) alterar parcialmente, ou ainda (3) alterar tudo, começando pela produção de novas provas, o que parece ser pouco provável.
A coisa boa já veio (nada convencional) e está aí, há 2 ANOS SEM DENÚNCIAS DE CORRUPÇÃO NO GOVERNO. E quanto aos “moderados de centro”, eles não aguentam a pressão e se DOBRAM AO SISTEMA FÁCIL, FÁCIL! Se não fosse chutando a porta, como fez Bolsonaro – e ainda faz – FICARÍAMOS NA LAMA DA CORRUPÇÃO ETERNAMENTE.
Mas a SISTEMA CORRUPTO AINDA VIVE através do RESPIRADOR SUPREMO.
*o SISTEMA
Revista Oeste , será que vai ser mais do mesmo? Igualar Bolsonaro a Lula é de uma insensatez sem igual.
Tentativa safada de tentar igualar Bolsonaro com Lula (“extremo contra extremo”). Faz algum tempo que notei que essa é uma tática de setores que se dizem de “centro”, “isentos”, “liberais”, mas que na verdade bebem todos na fonte do globalismo estatizante do Soros e dos bilionários do Big Tech. Não se pode comparar um ladrão que roubou mais de trilhão do povo com um político honesto eleito democraticamente.
Exato!
Acho q caiu mal este artigo. Fez parecer q os dois são farinha do mesmo saco.
Exato, essa é a tática que está sendo adotada, já ouvi isso em programas de rádio de gente que se diz “liberal”, conservador até. Que nem o “ultra liberal” Amoedo, que segue as instruções da cartilha do Fórum Econômico Mundial, aquele órgão que que defende o “Grande Reset” e que afirma que, na nova ordem mundial, “Você não possuirá nada, mas será feliz”.
O problema do jornalista brasileiro de direita é a velha mania de querer ser “isentão” num mundo polarizado. Não desejamos mais “coluna do meio”. O leitor está cansado disso. Todos tem que ter posição. É mais bonito é mais lógico.
Exato!