A brasileira Flávia Cordeiro Magalhães, naturalizada norte-americana, vive há 22 anos nos Estados Unidos e trabalha como governanta. Foi nessa profissão que Flávia garantiu os recursos necessários para a criação de seu único filho, atualmente com 18 anos.
Um post publicado na rede social X, enquanto estava nos EUA, e sua entrada no Brasil com passaporte norte-americano foram os fatores que levaram à descoberta de um mandado de prisão contra Flávia Magalhães. O pedido foi emitido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Na entrevista a seguir, Flávia Magalhães conta, em detalhes, como descobriu que seu passaporte brasileiro havia sido suspenso por ordem do ministro Alexandre de Moraes sem nenhuma notificação nem possibilidade de defesa.
Leia os principais trechos da entrevista com Flávia Magalhães
Como a senhora descobriu que estava sendo censurada no Brasil?
Minha história começou por volta de abril a junho de 2023, quando percebi que minha conta no X estava bloqueada no Brasil. As pessoas começaram a me mandar mensagens, dizendo que não conseguiam mais acessar meu perfil. Falaram que eu tinha sido censurada. Aqui, nos Estados Unidos, tudo continuava normal. Tentei contato com o X inúmeras vezes, mas eles apenas respondiam que minha conta estava ativa. No Brasil, no entanto, nunca obtive resposta. Entrei em contato com o Procon e outros órgãos, mas sem sucesso.
Quando você percebeu que essa censura poderia ser algo mais grave?
Em um churrasco, na Flórida, encontrei com Allan dos Santos [jornalista exilado nos EUA] e comentei meu bloqueio no X. Ele me alertou sobre a censura no Brasil e recomendou que eu usasse apenas meu passaporte norte-americano ao viajar para lá. Na época, achei exagero. Não sou blogueira, não sou jornalista, não sou ninguém famoso. Tenho seguidores no Twitter, mas nada demais.
Você voltou ao Brasil em dezembro de 2023. Como foi essa experiência?
Sim, tive uma dor de dente e precisei ir ao Brasil para tratar esse problema. Peguei um voo direto de Fort Lauderdale para Recife em 5 de dezembro e cheguei no dia 6. Lembrei do conselho do Allan e apresentei primeiro meu passaporte norte-americano na imigração. O agente da Polícia Federal perguntou se eu tinha o brasileiro. Como não tinha nada a esconder, entreguei-o. Foi aí que começaram os problemas. Fui encaminhada para outro agente, que me perguntou discretamente: “Você votou em quem?”. Achei estranho, mas respondi que votei no Bolsonaro. Ele disse para eu ficar calma e que me ajudaria. Então, me levou para uma sala, abriu um computador e mostrou uma ordem de Alexandre de Moraes determinando a apreensão do meu passaporte, sob acusação de falsificação. Fiquei em choque. O próprio agente viu que era absurdo. Ele me disse: “Isso é perseguição política. Seu passaporte não é falso. Você tem entradas e saídas do Brasil registradas desde 1999”.
O que aconteceu depois disso?
O agente recomendou que eu guardasse meu passaporte norte-americano a sete chaves e que evitasse usar qualquer documento brasileiro, incluindo cartão de crédito e carteira de motorista. Disse que eu deveria entrar e sair do Brasil apenas como turista e, ao retornar para os EUA, divulgar tudo na imprensa. Não fiz isso de imediato. Em vez disso, enviei um áudio para Raquel, amiga da minha mãe. Esse áudio foi repassado para outras pessoas e acabou viralizando, chegando até um general e, depois, ao coronel Gerson, que me ligou e confirmou que a história estava repercutindo. No dia 23 de dezembro, dei uma entrevista ao coronel Gerson e ao Fernando Lara Mesquita. Depois disso, as coisas só pioraram.
Como você descobriu que havia um mandado de prisão contra você?
Em fevereiro de 2024, Alexandre de Moraes emitiu um mandado de prisão contra mim. Descobri isso por acaso, em abril, quando vi um post sobre um banco de dados de processos no Brasil. Resolvi consultar meu CPF e quase desmaiei: meu nome estava lá, com um mandado de prisão expedido. Se eu tivesse viajado ao Brasil, teria sido presa.
Qual era a acusação formal contra você?
As acusações mudaram com o tempo. Inicialmente, diziam que eu tinha falsificado um passaporte. Depois, no mandado de prisão, constava que eu havia espalhado fake news, participado dos atos do 8 de janeiro e utilizado um “passaporte internacional”. O problema é que eu nem sequer estava no Brasil no dia 8 de janeiro. Eu tinha chegado de um cruzeiro no dia 6 e, no dia 7, já estava trabalhando em Miami. Além disso, meu “passaporte internacional” é meu passaporte norte-americano, porque sou cidadã norte-americana. Até hoje, meu advogado não teve acesso aos autos do processo.
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Como isso impactou sua vida?
Além do choque emocional, perdi dinheiro com passagens e reservas de hotel. Eu ia ao Brasil para o casamento da filha da minha madrinha, para o aniversário de 15 anos da minha sobrinha e para terminar meu tratamento dentário. Tive de cancelar tudo. Agora, estou vivendo sob a incerteza de uma perseguição que não faz sentido. Me acusam de coisas que não fiz, não me dão acesso ao processo e tentam destruir minha reputação.
O que você espera agora?
Meu único refúgio é minha cidadania norte-americana. O Brasil me tornou uma exilada política. Espero que a verdade venha à tona, que a justiça prevaleça e que esse abuso de poder seja exposto. O que me assusta é que, se isso aconteceu comigo, pode acontecer com qualquer um.
Um verdadeiro Absurdo.
Esse caso vai dar dor de cabeça pro careca, o viadão enrustido.
,🚨🌈💩 Aparelho excretor não reproduz, Levi Fidelis.
Ditadura do STF , apoio da Extrema esquerda
Amigo, vc tem alguma sugestão construtiva para se defender de um tirano esquerdopata ???
🇺🇸🇮🇱🇧🇷
apenas choramingam… não têm coragem reagir… vão recuando…. recuando… recuando…
E vc, Capitão América, o que tem feito para nos livrar da tirania?