O Secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, anunciou, nesta segunda-feira, 11, a formação de uma força-tarefa para investigar o assassinato do empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, ocorrido na última sexta-feira, 8, no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Ele teria ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
A Polícia Federal participará da operação, que será liderada pelo delegado Osvaldo Nico Gonçalves, secretário-executivo da pasta.
Derrite diz que criminosos pretendiam incendiar o veículo usado no crime
Durante uma coletiva de imprensa, Derrite revelou que os criminosos pretendiam incendiar o veículo usado no crime, mas não conseguiram. O carro, um Volkswagen Gol preto, foi localizado e apreendido em Guarulhos (SP), a poucos quilômetros do local do assassinato.
Ainda de acordo com Derrite, os criminosos estavam com luvas e esconderam o rosto. No entanto, os agentes conseguiram coletar evidências genéticas no veículo. Foram apreendidos três fuzis e uma pistola nos arredores do Aeroporto de Guarulhos, que podem ter relação com o crime.
Em paralelo, a conduta de quatro policiais militares que estavam encarregados da segurança de Gritzbach está sob investigação. Derrite informou que os celulares dos policiais foram apreendidos e que eles precisarão explicar suas ações.
“O simples fato de fazer serviço extracorporação não é permitido, e estavam fazendo isso para um criminoso”, afirmou Derrite. “Não há que se falar só de transgressão disciplinar, mas de eventual conduta criminosa dos policiais.”
O secretário ainda destacou que alguns comportamentos dos policiais militares chamaram atenção, como o atraso para chegar ao aeroporto no dia do crime. “Fazia um mês que a Corregedoria da PM investigava a escolta do Gritzbach”, disse.
Empresário era investigado por ligação com o PCC
Gritzbach estava no centro de uma investigação sobre lavagem de dinheiro do PCC. Ele havia firmado um acordo de delação premiada, homologado pela Justiça, em abril deste ano.
As negociações com o Ministério Público Estadual (MPE) duraram dois anos, e o empresário já havia prestado seis depoimentos significativos para o caso. Gritzbach foi alvo de um ataque, com pelo menos 27 disparos realizados, dos quais dez o atingiram em várias partes do corpo.
O empresário já havia sobrevivido a um atentado, em dezembro de 2022, quando um tiro de fuzil foi disparado contra a janela de seu apartamento no Tatuapé, zona leste de São Paulo. O criminoso que disparou, contudo, errou o alvo. O caso é considerado uma das maiores investigações sobre lavagem de dinheiro do PCC em São Paulo.