O jogo virou do primeiro para o segundo turno na capital de Minas Gerais. Neste domingo, 27, Fuad Noman (PSD) superou Bruno Engler (PL) e foi reeleito prefeito de Belo Horizonte. Com 96,07% das sessões eleitorais apuradas, o pessedista tem 53,76% dos votos válidos, contra 46,24% do deputado estadual liberal.
No primeiro turno, Engler havia sido o mais bem votado, com 34,38%. Noman garantiu a outra vaga na parte final da disputa ao contabilizar 26,54%.
Aos 77 anos, o agora prefeito reeleito enfrentou o processo eleitoral tendo de travar outra luta — e na área médica. No início de julho, ele anunciou que recebeu diagnóstico de linfoma não Hodgkin, um tipo de câncer no sistema linfático.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
Depois da realização do primeiro turno, Noman avisou que concluiu o tratamento contra o linfoma. “Fiz a última sessão de quimioterapia e ontem [14 de outubro] fui liberado pelo médico de todo o processo de tratamento”, disse, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo e ao portal UOL. “Logicamente vou fazer o acompanhamento agora permanente. Estou bem, graças a Deus, sem mais nenhuma sequela.”
Reeleito, Fuad Noman conquista o direito de administrar Belo Horizonte, cidade com 2,3 milhões de habitantes, pelo decorrer dos próximos quatro anos. Álvaro Damião (União Brasil) foi eleito vice-prefeito da capital mineiro. Além de PSD e União Brasil, a vitoriosa coligação contou com outros seis partidos: Solidariedade, PRD, Agir, Avante, PSDB e Cidadania.
Para o segundo turno, Noman ganhou apoio público de representantes da esquerda. Derrotados na parte inicial da disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte, os deputados federais Rogério Correia (PT) e Duda Salabert (PDT) anunciaram voto no pessedista.
Trajetória política de Fuad Noman, prefeito reeleito em Belo Horizonte
Apesar de constar como reeleito, Fuad Noman não foi eleito prefeito em 2020. Na ocasião, tinha composto como candidato a vice a chapa encabeçada por Alexandre Kalil (então filiado ao PSD). Com a renúncia do titular no fim de março de 2022, assumiu o comando do Poder Executivo da capital mineira.
A disputa eleitoral de quatro anos atrás marcou, aliás, a estreia de Noman nas urnas eletrônicas. Até então, ele nunca tinha sido candidato a cargo público.
Antes de se eleger vice-prefeito em 2020, Noman, no entanto, já acumulava experiência na política mineira. De 2003 a 2006, trabalhou como secretário da Fazenda do governo de Minas Gerais (gestão Aécio Neves). Já de 2007 a 2010, atuou como secretário estadual de Transporte e Obras (gestões Aécio e Antonio Anastasia).
De 2003 a 2016, Noman integrou o PSDB. Deixou o tucanato para ser secretário municipal da Fazenda de Belo Horizonte, cargo que ocupou de 2017 a maio 2020 (primeiro mandato de Kalil como prefeito). Deixou a pasta justamente para ser candidato a vice-prefeito quatro anos atrás.
Ou seja, com a vitória de Fuad Noman, a cidade de Belo Horizonte seguirá a ter como prefeito um político que é ex-tucano e que desde 2020 faz parte do PSD de Gilberto Kassab.
Os mineiros que elegeram Rodrigo Pacheco agora elegem um cara do mesmo partido. Logo, percebe-se que os mineiros estão contentes com o pachequinho. Penso até que a pretensão do pachequinho em governar Minas Gerais não é fora de propósito. Ao menos pode-se dizer que sendo governador de Minas não estará fazendo suas presepadas no Senado.