Sócios, diretores e presidentes de 12 empresas com ações no Supremo Tribunal Federal (STF) participam do Gilmarpalooza, evento organizado pelo IDP, faculdade do ministro Gilmar Mendes. Algumas dessas ações são relatadas por ele, informou nesta quinta-feira, 27, o jornal O Estado de S. Paulo.
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O Fórum Jurídico de Lisboa começou na quarta-feira 26, em Lisboa, e vai até esta sexta-feira, 28. A programação inclui palestras de magistrados, empresários, parlamentares, ministros do governo Lula, governadores e advogados, que discutem as transformações jurídicas no Brasil.
Seis ministros, incluindo Gilmar Mendes, estão em Lisboa: Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Dias Toffoli. Ministros do STJ, desembargadores e diretores de agências também participam.
Veja a lista de empresas que participam do Fórum de Gilmar e têm processos no STF
- Aegea
- Banco Safra
- Bradesco
- BTG
- Cosan
- Eletrobras
- Grupo Votorantim
- Ibram
- Instituto J&F
- Magazine Luiza
- Prudential
De acordo com o Estadão, a Aegea Saneamento tem duas ações no STF sob relatoria de Flávio Dino, e, no Gilmarpalooza, seus representantes vão participar de debates em quatro mesas. A empresa abordará mudanças climáticas, infraestrutura na economia global, concessões de serviços e desenvolvimento sustentável.
Em maio, a Aegea entrou com duas reclamações constitucionais no STF para derrubar uma decisão do Tribunal de Justiça do Paraná que manteve uma licitação para serviços de esgoto em 122 municípios do Paraná. A empresa alega que o processo permitiu a contratação de concorrentes que não ofereceram a melhor proposta. O advogado da Aegea é o ex-ministro do STF Ayres Britto.
Instituto J&F, da grupo dos irmãos Joesley e Wesley Batista, no Gilmarpalooza
Também na quarta-feira, Luizinho Magalhães, diretor pedagógico do Instituto J&F, participou do painel “Responsabilidade Social: O Papel do Setor Público e do Setor Privado”, moderado por Gilmar Mendes.
O Instituto J&F é parte do grupo J&F, que inclui empresas como JBS, PicPay e Âmbar Energia, de Joesley e Wesley Batista. A disputa bilionária entre J&F e Paper Excellence pelo controle da Eldorado Celulose já está no STF. Além disso, a J&F conseguiu suspender multas pactuadas em acordo de leniência com o Ministério Público Federal na Operação Lava Jato.
BTG
Na manhã desta quinta-feira, 27, Gilmar Mendes participará de uma palestra com o CEO do BTG Pactual, André Esteves, sobre os desafios da economia digital global. O BTG Pactual, que trouxe cinco palestrantes, responde a três processos no STF. Representantes da Prudential, Google, Grupo Votorantim, Eletrobras, Banco Safra, Bradesco, Magazine Luiza, Instituto Brasileiro de Mineração e Cosan também estão presentes.
Há conflito de interesses, diz Transparência Brasil
O diretor-executivo da Transparência Internacional no Brasil, Bruno Brandão, disse ao Estadão que a situação se configura como “conflito de interesse em qualquer país civilizado no mundo, incluindo Portugal, onde esse evento também já está ficando conhecido por essas relações impróprias entre autoridades e empresários, inclusive muitos investigados por corrupção”.
Por sua vez, o advogado André Boselli, da Artigo 19, explica que o evento evidencia a desigualdade do acesso à Justiça e macula a imagem de imparcialidade dos magistrados.
Posicionamento do STF e das empresas
O STF afirmou que há conflito de interesses na participação dos ministros no evento, ao justificar que os magistrados conversam com diversos setores da sociedade, “com advogados, com indígenas, com empresários rurais, com estudantes, com sindicatos, com confederações patronais, entre muitos outros segmentos da sociedade”. “E muitos participam de eventos organizados por entidades representativas desses setores, inclusive por órgãos de imprensa”, afirmou.
Em notas ao Estadão, as empresas disseram que não há conflito de interesses, que custearam as viagens de seus representantes e que não há pagamento de cachês. O IDP informou que o fórum de Lisboa não custeia passagens nem hospedagem dos participantes.
Palestrantes, empresários, ministros do STF e do STJ, diretores de empresas, advogados das empresas participantes, todos sabem que esse encontro é imoral sob os mais diferentes aspectos. E tudo acontece como se não houvesse nada de errado. O Brasil é um exemplo de desmoralização que é liderado por um ex condenado tornado presidente pelo STF. É uma sujeira grossa.
Será que Portugal vai continuar contribuindo para esse teatro, isso não seria um péssimo exemplo para aquele país? Vai que eles copiam.
A frase “O STF afirmou que há conflito de interesses na participação dos ministros no evento” não faz o menor sentido frente ao texto que segue. Alguém “erraram”?
Os sem votos estão lá pra passear, quem paga os jantares e almoços os passeios das esposas e tudo mais. Os sem votos .
Será que o Congresso não vai legislar um impedimento legal pra dar um basta nessa pouca vergonha? O Brasil, além de hospício, virou um cabaré.
Parabéns aos melancias do Brasil, não se tratava de golpe mas moralismo , continuasse o plano de acabar com o sistema corrupto no judiciário, executivo e legislativo, seus netos Melancias agradecem a omissão ou participação no esquema.
Estas 12 empresas são “convidadas” a patrocinar ou participar do evento desde que não esperem NADA em troca ! Ora, como foi dito no Senado, “não nos chamem de idiotas”.
Via despotismo e prevaricação, o Brasil se tornou uma fila dos que não servem em prol da corrupção e manutenção do poder pelo establishment.
Criminosos e alienados, todos juntos na espreita e na espera, cujo acesso é garantido por já terem feito parte de alguma negociata com os ocupantes do núcleo que tomou o poder à força!
Fora do evento oficial eles discutem a portas fechadas as próximas eleições e como manter o poder sob o domínio deles no Brasil. Esse Fórum jurídico com painéis de debate de coisa alguma é somente um subterfúgio para poder reunir a nata do status-quo num mesmo local e longe do Brasil para pensar nas mentiras e narrativas q contarão nos próximos meses. Discutirão a abordagem junto à imprensa, participação da imprensa amiga, financiadores, influenciadores digitais, e todas as questões relativas à manutenção do poder e de sua influência. Para isolar o evento de publicidade negativa, eles aprovaram justamente está semana os 40g da verdinha, cujo transporte já não mais resultará em punição judicial. Tudo seguindo conforme a cartilha.
Sei. Se eles que estão metidos nesse troço todo dizem que não há conflito de interesses, temos que acreditar. É como se costuma dizer… “não é o que você está pensando”…
Eu fico imaginado…Quando que num país sério os assaltantes sentariam na mesma mesa que “a justiça”…! Jamais!!!
Estado Democrático de Direito direto na veia…
Nem nos bacanais há tanta promiscuidade que no STF
Se eu fosse uma das 12 empresas, só estaria neste evento por algum motivo escuso. Um motivo que fosse favorável a mim.
E assim afunda o país.