De acordo com a revista Exame, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciará nesta quinta-feira, 6, um pacote de medidas para reduzir os preços dos alimentos.
Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, novas reuniões com o setor produtivo estavam previstas para definir os detalhes do anúncio.
O pacote pode incluir a flexibilização da fiscalização sanitária, permitindo que alimentos circulem entre Estados sem passar pelos sistemas tradicionais de inspeção. A ideia seria reduzir burocracias, facilitar o comércio e ampliar a oferta de produtos.
Possível medida de Lula levanta preocupações com a qualidade dos alimentos
Essa proposta levanta preocupações sobre controle sanitário e qualidade dos produtos, já que a inspeção é essencial para garantir segurança e higiene.
Outra medida em análise é o Desenrola Rural, programa do governo para renegociar dívidas de agricultores familiares com bancos ou a União. Ele permite que regularizem suas pendências e voltem a acessar crédito pelo Pronaf.
Os descontos podem chegar a 96% do valor da dívida, segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Dados sobre inflação e percepção pública

No cenário político, a alta dos alimentos é apontada como um dos motivos para a queda na popularidade de Lula. Desde janeiro, o governo tenta conter a inflação, mas sem grande impacto na percepção pública.
Uma pesquisa da Quest mostra que a população sente a economia piorando, apesar do discurso oficial de crescimento.
A realidade dos consumidores não reflete a “melhoria” relatada pelo governo federal. A alta dos preços dos alimentos é um dos principais indicadores desse descompasso. Em oito Estados, mais de 90% dos entrevistados disseram que os alimentos encareceram no último mês.
Em São Paulo, a inflação acumulada de alimentos foi de 10% em 2024, enquanto em Salvador foi de 5,84%. Apesar dessas variações, 95% das pessoas em ambos os Estados relataram aumento nos preços no último mês.
Em 2024, os preços dos alimentos subiram em média 7,69%, superando a inflação oficial de 4,83%, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O grupo de alimentação & bebidas contribuiu com 1,63 ponto percentual para o IPCA no ano.
O item carnes, que foi destaque nas promessas de campanha de Lula, registrou um aumento de 20,84% em 2024, impactando a inflação geral em 0,52 ponto percentual.
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