A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi transferida do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para a Casa Civil, pasta comandada por Rui Costa. A transferência começou a ser discutida no início de janeiro, foi confirmada pelo presidente Lula em fevereiro e oficializada nesta quinta-feira, 2, com a publicação de um decreto no Diário Oficial da União.
A Abin, que tem atribuição de “planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar as atividades de inteligência do País, obedecidas a política e as diretrizes estabelecidas em legislação específica”, deverá ser chefiada por Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da Polícia Federal entre 2007 a 2011, nos governos de Lula e Dilma Rousseff. O objetivo do governo é desmilitarizar a agência responsável por informações estratégicas do governo federal, reduzindo o papel do GSI.
A pasta é a única do primeiro escalão que é comandada, na atual gestão, por um militar, o general da reserva Marco Edson Gonçalves Dias, que tem enfrentado críticas de dirigentes petistas e integrantes das Forças Armadas desde 8 de janeiro, quando houve a invasão e depredação dos prédios da Praça dos Três Poderes. Para os críticos, teria havido omissão do GSI. Desde então, o governo começou a cogitar a transferência da Abin da GSI.
Quem vai segurar a corrupção, sendo que até os militares estão ajudando a desmontar as instituições que preservam a democracia?