O jornalista de Oeste acredita que não haverá no Brasil um genocídio em que podem morrer 2 milhões de pessoas, como se espalha por aí
“Nem o coronavírus, com toda a sua rapidez, consegue contagiar um país com a velocidade com que a hipocrisia, a mentira e a capacidade de fazer política suja contagiaram o Brasil”, resumiu o colunista de Oeste J.R. Guzzo em seu mais recente artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo.
Guzzo lembra, por exemplo, que outras doenças também provocaram danos ao Brasil, mas que não receberam da mídia o tratamento histérico dado à covid-19. “Será que não havia doença nenhuma no Brasil antes do coronavírus? E foi preciso paralisar todo o sistema produtivo nacional para tratar delas? Estaríamos confinados em casa há 100 anos, se fosse assim”, pontuou.
Para ele, a covid-19 e outras doenças, como o H1N1, requerem atenção e tratamento adequado. Contudo, criou-se uma espuma de sensacionalismo acerca do coronavírus.
“Só em 2019 as doenças cardiovasculares mataram quase 300.000 pessoas no Brasil — simplesmente 30% de todas as mortes que houve no país. A pneumonia matou 60.000 brasileiros, 80% deles idosos. Morre-se de tuberculose, uma doença da miséria, neste país; houve 70.000 casos em 2018, o último ano em que há estatísticas, com 5.000 mortos. A morte por coronavírus valeria mais que essas?”, interpelou Guzzo.
Ademais, o colunista acredita que não haverá no Brasil um genocídio em que podem morrer 2 milhões de pessoas, como se propaga nos meios de comunicação. “Não é verdade que o coronavírus seja ‘o pior problema de saúde pública do Brasil nos últimos 30 anos’. Nosso pior problema de saúde dos últimos 30 anos é o SUS”, concluiu.