O deputado federal André Janones (Avante-MG) se pronunciou sobre o vazamento dos áudios em que ele cobra parte dos salários dos seus assessores para pagar despesas pessoais. De acordo com a gravação, o parlamentar tenta convencer seus assessores a entregarem a quantia porque o seu patrimônio foi “dilapidado” em campanhas eleitorais. No entanto, o deputado alega que o diálogo não passa de “fake news”.
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Em seu perfil nas redes sociais, Janones afirma que nunca fez “rachadinha”, que é a apropriação indevida de parte do salário de servidores.
Confira o conteúdo da gravação:
O áudio foi gravado pelo jornalista Cefas Luiz, ex-assessor de Janones. Ele pretende levar a material, de 2019, à Polícia Federal, assim como outras “provas de irregularidades”. “Sei de muita coisa que acontecia por lá”, afirmou Cefas.
Segundo Janones, os áudios são “denúncias vazias” e “escândalos fabricados”.
“Eles usaram uma gravação clandestina e criminosa, um áudio retirado de contexto e para tentar me imputar um crime que eu jamais cometi”, acusa o deputado. “Eu nunca recebi um único real de assessor, não comprei mansões, nem enriqueci, e isso por uma simples razão: eu nunca fiz rachadinha”.
Janones solicitou que o conteúdo do áudio fosse disponibilizado na íntegra, “sem edições manipuladas”.
Dinheiro para casa, carro, poupança e previdência
Conforme a gravação, o deputado federal André Janones se reuniu com seus assessores para reivindicar parte do salário deles para si. O dinheiro seria para pagar as despesas pessoais do parlamentar, como casa, carro, poupança e previdência.
No encontro com os funcionários, na Câmara dos Deputados, Janones pede que eles usem os próprios salários para ajudá-lo a cobrir despesas de campanha.
“Eu perdi uma casa de R$ 380 mil, um carro, uma poupança de R$ 200 mil e uma previdência de R$ 70 (mil)”, enumerou. Ele diz que é justo que seus assessores também participem da reconstrução do seu patrimônio.
Mesmo sem saber que a conversa era gravada, Janones formulou seus argumentos pensando na possibilidade de ser uma denúncia:
“Eu não acho que isso seja corrupção, e não tem problema ninguém saber”, frisou. “E se eu tiver que ser colocado contra a parede, eu não estou fazendo nenhuma questão desse mandato”, desdenhou.
‘Cassação é questão de tempo’
Na manhã desta segunda-feira, 27, parlamentares já começaram a se articular para um pedido de cassação do mandato de Janones.
Eles vão entrar com uma representação contra o político no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pela “prática de rachadinha” em seu gabinete. Também pretendem apresentar uma notícia-crime junto à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a prática de “rachadinha” configura enriquecimento ilícito e dano ao patrimônio público. O político que promove esse tipo de esquema corre o risco de se tornar inelegível.
Este rato tem que morrer, feder e secar.