A Justiça do Amazonas se valeu de informações sobre compras de automóveis, imóveis e um salão de beleza para condenar Luciane Barbosa Farias, a “Dama do Tráfico”. A decisão judicial é de 8 de outubro.
Luciane e o marido, Clemilson dos Santos Farias, o “Tio Patinhas”, foram condenados pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM). A sua relação com o Comando Vermelho foi a razão da condenação.
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No caso de Luciane, a condenação foi por associação ao tráfico, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Ela pôde recorrer em liberdade.
“Da análise dos autos, avistam-se provas suficientes para concluir que os apelados Clemilson dos Santos Farias e Luciane Barbosa Farias possuem um vínculo de estabilidade, habitualidade e permanência com outros indivíduos que praticavam o comércio de entorpecentes”, declara trecho da sentença.
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Com base na investigação, a decisão da Justiça afirma que o dinheiro proveniente do tráfico de drogas serviu ao casal para “comprar diversos bens [carros e imóveis] e até mesmo abrir um estabelecimento comercial [salão de beleza denominado Studio de Beleza Sempre Fina]”.
O nome da ‘Dama do Tráfico’ estava ligado a um automóvel Honda Civic e a um caminhão Mercedes-Benz 1620
A Polícia Civil também usou como provas contra a “Dama do Tráfico” o fato de o seu nome estar ligado à compra de dois veículos. Para os investigadores, a renda declarada de Luciane não seria suficiente para adquirir um automóvel Honda Civic e um caminhão Mercedes-Benz 1620.
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“Verifica-se que esta laborou em diversas empresas durante o período de 2009 a 2012, ela recebeu uma média salarial no piso de um salário mínimo”, menciona a decisão. “Logo, subentende-se ser inviável uma pessoa que durante anos recebeu um mínimo de renda possível, consiga abrir um salão de beleza com faturamento médio entre seis a oito salários mínimos.”
De acordo com Luciane, a abertura do salão de beleza se deu por meio de um financiamento bancário. A defesa dela, no entanto, não comprovou a tomada do empréstimo.
A conta não fecha
Ao analisar a declaração do Imposto de Renda da “Dama do Tráfico”, os investigadores concluíram que houve uma “discrepante evolução” entre os anos de 2015 e 2016.
Seus bens nesse período aumentaram de R$ 30 mil para R$ 346 mil. No entanto, os registros apontam que, à época, a renda de Luciane era de R$ 36,2 mil.
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Em coletiva na última terça-feira, 14, Luciane declarou que levou ao Ministério da Justiça a pauta do sistema prisional.
“Levei um dossiê sobre as mazelas do sistema prisional e entreguei”, disse. “Sou brasileira, cidadã, não estava impedida de entrar em lugar nenhum, tenho direito de ir e vir.”
Essa senhora perambulando pelos corredores do MJ, MDH e Congresso Nacional é algo preocupante. Esse papo-furado de correndo atrás dos direitos dos manos também preocupa. Neste ano, coincidentemente, notamos uma aproximação entre pessoas ligadas ao tráfico de drogas e agentes públicos, com visitas aqui e acolá, sempre com retóricas pautadas no “politicamente correto”, uma cortina de fumaça para acobertar íntimas relações entre parceiros. Será que estamos caminhando para um Narcoestado? Cleptocracia já somos.