O 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou, nesta quinta-feira, 31, os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes.
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A juíza Lucia Glioche determinou a pena a Ronnie Lessa, autor dos disparos, a 78 anos e nove meses de prisão. Élcio de Queiroz, que dirigiu o veículo usado no atentado, foi condenado a 59 anos e oito meses.
“Dizemos que vítimas do crime de homicídio são aqueles que ficam vivos, precisando sobreviver sem a vida daquele que foi arrancado de seu cotidiano”, afirmou a magistrada, na sentença.
Os condenados foram enquadrados nos seguintes crimes:
- Duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima);
- Tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves, assessora de Marielle que sobreviveu ao atentado; e
- Receptação do veículo Cobalt prata, clonado, que foi usado no crime.
O julgamento dos envolvidos no caso Marielle Franco durou dois dias
O julgamento durou dois dias, com promotores e advogados apresentando suas teses. Anteriormente, o Ministério Público (MP) havia solicitado a condenação máxima de 84 anos para Lessa e Élcio.
O promotor de Justiça Fábio Vieira, por sua vez, classificou como “farsa” os depoimentos dos réus. Ele afirmou que eles não demonstraram arrependimento, mas apenas tristeza por terem sido capturados.
O que dizem os advogados dos acusados
A defesa de Lessa, em contrapartida, destacou a relevância da sua delação, que apontou Chiquinho Brazão e Domingos Brazão como mentores do crime.
Enquanto isso, os advogados de Élcio tentam reduzir sua pena. A defesa alega que ele desconhecia o crime e não tinha motivação para o homicídio.
O julgamento ocorreu mais de 2,4 mil dias depois do duplo assassinato no bairro Estácio, zona norte do Rio de Janeiro.
Apesar das penas, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz devem sair antes da cadeia. Ambos assinaram um acordo de delação premiada, que levou ao avanço das investigações, o que lhes garante o benefício.
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