Em entrevista à edição desta terça-feira, 25, do Jornal da Oeste, a deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP) afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva despreza os moradores da Região Norte do país.
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A declaração da parlamentar ocorre dias depois de o petista afirmar que não vai “enfeitar” a cidade de Belém (PA) para receber a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30). O evento ocorrerá em novembro de 2025, na capital paraense.
Lula e a cidade de Belém
De acordo com Lula, as autoridades de outros países “devem conhecer Belém do jeito que ela é” — com periferias e moradores de rua. A fala do presidente, contudo, “é um desrespeito com a população do Norte, que vive um completo abandono”, afirmou Silvia Waiãpi
Conforme a parlamentar, “o governo sacrifica as pessoas que moram nos Estados do Norte para garantir a riqueza de outros países”. “Não há estradas de qualidade”, disse. “Não há saneamento básico. A água que bebemos é contaminada por causa da falta de saneamento.”
Segundo Silvia Waiãpi, o presidente não pode sacrificar os brasileiros ao aceitar as imposições de outros países. Ela ainda disse que Lula precisa discutir os problemas do Norte na COP30, e não entregar a região aos interesses de outros governos.
A parlamentar ainda questionou a falta de campanhas de vacinação por parte do Ministério da Saúde na Região Norte. De acordo com ela, é necessário saber por que um Estado que vai receber a COP30 não conseguiu salvar a vida de um adolescente que morreu de febre amarela.
A morte de Daniel Chagas
Silvia Waiãpi se referiu a Daniel Chagas, de 16 anos. O jovem morava em Breves, no Pará, mas teve de buscar ajuda no sistema de saúde de Macapá. Ele não resistiu e morreu.
A deputada comparou os dias atuais com o período medieval. Antigamente, os Incas (indígenas que viviam na América do Sul) sacrificavam mulheres e crianças quando os vulcões entravam em erupção. Segundo os indígenas, os sacrifícios eram necessários para acalmar os deuses.
“Atualmente, mulheres e crianças são sacrificadas no Brasil por outros motivos”, disse Silvia Waiãpi”. “Hoje, é para manter a estabilidade econômica de outras nações.”
