O governo Lula disse a líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que o presidente fará sua primeira visita a um acampamento desde o início do atual mandato, na próxima sexta-feira, 7.
O acampamento escolhido é o Quilombo Campo Grande, situado em Campo do Meio, a 335 km de Belo Horizonte, no sul de Minas Gerais. O movimento planeja reunir cerca de 5 mil pessoas para recepcionar o presidente.
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
Lideranças do governo e do MST vão se encontrar nesta segunda-feira, 3, para alinhar os detalhes do evento, que contará com a oficialização da entrega de assentamentos, entre eles o próprio Quilombo Campo Grande, e também com o lançamento do Desenrola Rural, recém-lançado programa voltado à negociação de dívidas de produtores rurais.
Desde o início do ano, diante de sua queda de popularidade, Lula tem buscado uma reaproximação do MST.
Em 2025, o petista convidou o movimento para uma reunião em Brasília, prometeu visitar um acampamento ou assentamento e convidou João Paulo Rodrigues, um dos principais líderes do MST, para integrar a delegação brasileira na posse de Yamandú Orsi, novo presidente do Uruguai, neste sábado, 1º.
Estive em 1984, em Cascavel, no Paraná, no primeiro encontro nacional dos Sem Terra, onde foi fundado o @MST_Oficial . São 38 anos caminhando juntos. pic.twitter.com/49g33mHQfC
— Lula (@LulaOficial) January 22, 2022
Líderes do movimento também receberam com entusiasmo a nomeação de Gleisi Hoffmann para o cargo de ministra da Secretaria de Relações Institucionais. Ela é uma das principais interlocutoras do MST entre os aliados do presidente.
O MST cobra uma visita de Lula desde o início de sua gestão, em 2023. Em janeiro, o presidente recebeu líderes do movimento no Palácio do Planalto para discutir os programas de reforma agrária do governo, os quais são amplamente criticados pelos sem-terra.
O Ministério do Desenvolvimento Agrário informou que, em 2024, assentou 71,4 mil famílias, mas o MST contesta esses dados e pressiona o governo para assentar 100 mil famílias que, segundo eles, ainda estão acampadas pelo país.
🫂 Hoje o presidente Lula recebeu em Brasília o amigo de longa data Valmir Rodrigues Chaves, o Bil, dirigente do MST no Pontal do Paranapanema, em São Paulo.
— MST Oficial (@MST_Oficial) November 6, 2024
Em convite do presidente, Bil compartilhou a experiência da luta e produção agroecológica na região a partir dos pic.twitter.com/GoaDIRWy6D
Visita a acampamento do “indica uma posição política do presidente”, diz líder do MST
A visita de Lula ao acampamento acontece pouco antes de duas grandes mobilizações do MST: a Jornada de Lutas das Mulheres Sem-Terra, em 8 de março, e o Abril Vermelho, conhecido por suas marchas e invasões de terras.
Foi durante o Abril Vermelho de 2023 que a relação de Lula com o MST se deteriorou no atual mandato, depois das invasões de propriedades da empresa Suzano e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) pelos sem-terra.
Em resposta, o presidente e seus ministros adotaram uma postura mais dura, enquanto o MST criticou a lentidão dos programas de reforma agrária e de incentivo à agricultura familiar.
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Ceres Hadich, integrante da direção nacional do MST, afirma que as ações recentes do governo, embora limitadas e tardias, têm grande simbolismo, pois se referem a áreas de assentamentos que aguardam regularização fundiária há décadas. É o caso do Quilombo Campo Grande, que existe desde 1998.
“Não nos esqueçamos que estamos no terceiro ano do governo Lula e até agora pouquíssimo foi feito pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário em relação à reforma agrária”, diz Ceres. Ela ressalta, por outro lado, que “a retomada da criação de assentamentos por meio de decretos de desapropriação por interesse social é muito importante, e indica uma posição política do presidente”.
Ela também afirma haver expectativa no MST de que Lula faça anúncios robustos na sexta-feira, com foco no incentivo à produção de alimentos, à promoção da agroecologia e do cooperativismo.
Historicamente, a relação de Lula com o MST é marcada por aproximações e distanciamentos. Os momentos de maior afinidade geralmente acontecem quando o presidente se encontra em situações de fragilidade.
Isso aconteceu, por exemplo, em 2018, quando Lula foi preso e o movimento, junto com outros militantes, montou a Vigília Lula Livre em frente à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba por 580 dias.
Em 2016, o MST também esteve envolvido em mobilizações contra o impeachment de Dilma Rousseff, que, durante seu governo, foi considerada pelos sem-terra como a pior presidente para a reforma agrária.
Grande Evento . esse é o presidente do Brasil em vez de governar , fica fazendo politica já sabendo que vai ser Derrotado
É isso ai meu Presidente,
vá mesmo, nós da direita
ficaremos lisonjeados da sua visita. Ficaremos honrados de vencermos em 2026 a eleição no primeiro turno.
visita, iremos ganhar em visita