O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou que só entregará o poder a um sucessor do mesmo bloco político. A afirmação se deu em um encontro com militantes do movimento bolivariano.
A declaração ocorreu nesta última segunda-feira, 2, dia em que a Justiça venezuelana emitiu um mandado de prisão contra Edmundo González, candidato que disputou a eleição presidencial com Maduro.
Também neste dia, o ditador anunciou a sua decisão de antecipar a data do Natal, de 25 de dezembro para 1º de outubro.
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“Sou, por razão da vida, o primeiro presidente chavista da história da Venezuela”, afirmou Maduro. “E, quando entregar meu mandato, entregarei a um presidente ou a uma presidente chavista, bolivariana e revolucionária.”
Maduro acusa María Corina Machado de fascismo
O ditador acusou a oposição, liderada por María Corina Machado, de ter raízes no fascismo. Além disso, ele afirmou que a sua oponente política seria submissa aos interesses dos Estados Unidos.
Durante a cerimônia “Encontro das Cinco Gerações”, Maduro destacou a resistência contínua do movimento bolivariano contra o que, segundo ele, seriam “abusos e genocídio” dos EUA e de países da Europa.
As declarações do ditador ocorrem em meio a denúncias de que a eleição de julho foi fraudada. A autoridade eleitoral não apresentou dados consistentes — e até hoje não apresentou o que seriam as atas da sessões eleitorais. De acordo com os cálculos da oposição, baseada em uma contagem paralela, Edmundo González teria ganho, com maioria absoluta dos votos.
Desde então, protestos eclodiram na capital, Caracas, e nas principais cidades do país. As manifestações resultaram em 27 mortes e mais de 2,4 mil presos. A ditadura de Maduro culpou a oposição pelas mortes, enquanto os opositores acusam o governo de repressão.
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