Grassa, nos setores que tradicionalmente se consideram como “formadores de opinião pública”, o emprego ilusionista da retórica para inebriar leitores e espectadores com uma falsa sensação de normalidade diante do absurdo e atacar espantalhos. É o que se vê na grande mídia, da parte de “analistas” que nada analisam, quando comentam a reação da oposição diante da visita do ditador venezuelano Nicolás Maduro ao Brasil.
Não apenas da oposição, aliás. Seria mais preciso dizer: reação de todos aqueles que são intelectualmente honestos e esposam princípios liberais-democráticos. Depois de tanto acenar para a importância da união latino-americana, o presidente Lula conseguiu, afinal, unir lideranças à esquerda e à direita na região contra seu discurso de que o autoritarismo do regime de Maduro seria apenas uma “narrativa”.
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O problema é que os referidos “analistas” qualificam as críticas como “indignações seletivas”, argumentando que seria estupidez pretender que o governo brasileiro não mantivesse relações diplomáticas com a Venezuela. É verdade; a Venezuela faz fronteira com o Brasil e é um imperativo dos fatos que mantenhamos relações com o Estado venezuelano. Da mesma forma, as potências ocidentais, por mais que rechacem os fundamentos ditatoriais de sistemas políticos como o chinês e o russo, por exemplo, não podem se dar ao luxo de fingir que China e Rússia não fazem parte do mundo e não são potências nucleares.
Lula não está defendendo apenas a ditadura de Maduro. Ele está defendendo o seu próprio desamor pela liberdade
O que os “analistas” não ressaltam — e, que me perdoem por dizê-lo, não o fazem sem má intenção — é que Lula não se limitou a receber Maduro em nosso território, o que fez com salamaleques, pompa e circunstância, imediatamente após amesquinhar nossa respeitabilidade internacional com sua persistência em se vender como “pacificador” do conflito na Ucrânia, “empurrando” sempre para o mesmo nível a vítima e o agressor. Ele foi além: não recebeu Maduro como chefe de Estado e de governo de uma nação vizinha, mas como aliado ideológico.
Lula, Maduro, a ditadura e as ‘narrativas’
Ao ratificar a propaganda do regime venezuelano e pontificar que a ditadura venezuelana é uma narrativa, Lula alegou ainda que essa narrativa teria sido fabricada pelos “nossos adversários”. Ressalte-se o pronome possessivo: nossos adversários. Não só de Maduro; nossos. Não se trata tão-somente do respeito institucional que se impõe pelo pragmatismo das relações internacionais. Trata-se da camaradagem de parceiros ideológicos e aliados políticos. Trata-se do afago de quem, em outros tempos, patrocinou o regime chavista, política e economicamente, e manifesta com clareza sua disposição para fazê-lo novamente. Para fazê-lo, é claro, com o dinheiro dos brasileiros.
Esse “nossos” é um detalhe essencial. Lula não está defendendo apenas a ditadura de Maduro. Ele está defendendo o seu próprio desamor pela liberdade e o seu próprio desprezo pelos direitos humanos. Cabe a cada brasileiro decidir se está ou não incluído nesse pronome possessivo utilizado pelo seu presidente da República.
Lucas Berlanza Corrêa, presidente da diretoria executiva do Instituto Liberal
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A tendência geral das coisas em todo o mundo é tornar a mediocridade o poder ascendente entre a humanidade
Enfim nada que não se soubesse de antemão. Seria como se um usuário pesado de drogas levasse o amigo traficante para o almoço de domingo em casa e os familiares e amigos ficassem surpreso que ele era consumidor
Cada vez que olho para esta foto dos dois, imagino o Molusco como um boneco de ventríloquo.
Lula virou um capacho do idealismo de esquerda, mas ele não tem noção ainda que aqui no Brasil, o buraco é mais embaixo.