De acordo com o ministro da Saúde, o país não pode parar
“Temos que melhorar esse negócio de quarentena, não ficou bom. Foi precipitado, foi desarrumado”, afirmou ontem o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ao divulgar numa entrevista coletiva informações referentes aos impactos do coronavírus no Brasil.
Segundo ele, o país não pode parar. É necessário, portanto, equilibrar segurança, saúde e empregos. “Não existe apenas o coronavírus. Eu tenho recebido médicos que estão fechando consultórios de pediatria, clínicas de ultrassonografia. A vida continua. As pessoas têm de trabalhar”, afirmou o ministro.
“As pessoas têm que saber se vamos fazer um sacrifício de uma semana, por exemplo. Quarentena sem prazo para terminar vira um entrave na vida das pessoas”, concluiu Mandetta.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, segue a mesma linha e argumenta que o bloqueio do comércio desconsidera o impacto humanitário e social de uma recessão econômica profunda. Guedes pontua isso afeta principalmente os segmentos mais vulneráveis da população.
Conforme noticiou Oeste, o Ministério da Economia vem formulando uma série de medidas para ajudar a economia e evitar que os pequenos e os médios empreendedores fechem as portas. A mais recente, por exemplo, é a Medida Provisória n° 927, que trata da flexibilização das leis trabalhistas.
Saiba mais
Na terça-feira, 24, o presidente da República, Jair Bolsonaro, fez um pronunciamento em rede nacional criticando a quarentena radical. O chefe do Executivo propôs a volta paulatina das atividades econômicas no país que, segundo ele, não pode ficar parado.
“O vírus chegou. Está sendo enfrentado por nós e brevemente passará. Nossa vida tem de continuar. Empregos devem ser mantidos e o sustento da família deve ser preservado. Devemos, sim ,voltar à normalidade”, afirmou o presidente.
Naquela noite, Oeste monitorou as redes sociais, que reagiram de forma negativa à fala do presidente. Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo afirmou que poucas pessoas próximas do presidente foram avisadas daquele discurso. Logo, não houve tempo para a base bolsonarista defender o Planalto.
Contudo, na manhã de ontem, a revista constatou que a tropa de choque composta de apoiadores de Bolsonaro conteve — mais uma vez — a ofensiva da esquerda brasileira, que vem tentando ganhar espaço num campo dominado pela direita: a internet.