O advogado constitucionalista e comentarista político André Marsiglia declarou, por meio de seu perfil no X, que “todo mundo sabe” que o caso de Débora dos Santos, a “presa do batom”, não pode ser classificado como uma “tentativa de golpe”.
A mulher ficou conhecida por ter escrito, com batom, a frase “perdeu, mané”, na Estátua da Justiça, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) durante os incidentes de 8 de janeiro de 2023.
Segundo Marsiglia, não faz sentido alegar que Débora tentou dar um golpe, mas que sua pena foi excessiva. Esse argumento tem sido repetido por jornalistas e internautas nos últimos dias.
“Só a pena para golpe gira em torno de 10 anos. Então, ou foi excessivo ou ela tentou dar golpe”, escreveu Marsiglia. “E, se foi excessivo a ela, porque não seria aos demais que quebraram cadeiras e pegaram 17 anos? A consciência das pessoas responde ser excessivo, a ideologia responde que foi golpe. As duas coisas são inconciliáveis nesse caso.”
Caso Débora pode gerar “efeito dominó”, explica Marsiglia

O advogado ainda relatou que, se a Justiça absolver Débora, terá de fazer o mesmo com os demais presos de 8 de janeiro e os acusados no caso do suposto golpe que envolveu o ex-presidente Bolsonaro e seus aliados.
“É um jogo político que vai tirar o bolsonarismo do tabuleiro político do ano que vem”, completou.
Na terça-feira 25, o STF deve decidir se Bolsonaro se tornará réu em uma ação penal. A denúncia foi dividida em cinco acusações e envolve oito acusados.
Fux suspende julgamento de Débora dos Santos
Nesta segunda-feira, 24, o ministro Luiz Fux, do STF, pediu vista do processo da cabeleireira Débora dos Santos, de 39 anos.
Em virtude da decisão de Fux, o julgamento, que teria até dia 28 para terminar, fica suspenso. Dessa forma, uma nova data será definida.
Por ora, votaram o relator do caso, Alexandre de Moraes, e Flávio Dino, que entenderam que a paulista de Paulínia tem de ficar 14 anos atrás das grades. Débora está sendo julgada pela 1ª Turma do STF.
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