O diretório paulistano do Partido dos Trabalhadores decidiu na noite da quarta-feira 17 que a cerimônia de filiação de Marta Suplicy à sigla vai acontecer em 2 de fevereiro, por volta das 18h. O local ainda não foi definido, e segue em estudo pelo grupo.
A assessoria de Marta confirmou a data e reiterou a expectativa pelas presenças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O deputado federal Guilherme Boulos (Psol), que vai compor com Marta a chapa à Prefeitura de São Paulo, já confirmou presença.
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De acordo com informações do diretório, a lista dos presentes ainda não foi fechada, mas o evento deve contar com muitas lideranças municipais e nacionais do PT. A data foi escolhida estrategicamente, pois é antes do aniversário de fundação do partido, 10 de fevereiro, e do Carnaval, o que não deixa o ato muito distante.
Depois de mais de 30 anos de filiação ao PT, Marta Suplicy rompeu com o partido em 2015 em meio aos casos de corrupção. A ex-prefeita então foi para o MDB e teve uma rápida passagem pelo Solidariedade. Hoje, ela não é filiada a nenhuma legenda.
Marta se encontrou com Lula em 8 de janeiro e aceitou retornar ao PT para compor como vice a chapa do pré-candidato Guilherme Boulos (Psol). Depois da decisão, ela foi exonerada da função de secretária de Relações Internacionais da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que deve ser o principal oponente do ex-líder o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) nesta corrida eleitoral.
O nome de Marta foi aprovado pela Executiva Municipal do PT, que realizou um encontro na terça-feira 16. Na ocasião, também ficou decidido que não haverá prévias para a escolha de quem vai compor a chapa, ideia aventada pelo deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-SP), ex-marido de Marta.
“Esquerda do PT” contesta filiação
Apesar de a Comissão Executiva do PT paulistano ter aprovado a filiação de Marta à sigla, o procedimento ainda requer formalização. Segundo o estatuto do PT, a ex-prefeita deve preencher um formulário de filiação junto ao Diretório Municipal, e a solicitação precisa ser tornada pública pelo órgão. Depois da divulgação, há um prazo de sete dias úteis para contestação por qualquer filiado, com igual período para defesa.
Diante disso, dirigentes petistas avaliam que tendências do partido contrárias ao retorno de Marta, como o Trabalho e a Articulação de Esquerda, vão contestar a filiação da ex-prefeita. Apesar disso, a volta da ex-prefeita ao partido deve ocorrer, uma vez que a maioria da Executiva municipal aprova o movimento. Na reunião desta semana, a filiação de Marta foi aprovada por 12 votos entre os 16 membros do colegiado.
Valter Pomar, líder da Articulação de Esquerda e dirigente nacional do PT, solicitou a impugnação da filiação de Marta ao partido antes mesmo da formalização do pedido. Em uma carta enviada ao secretário-geral do PT, Henrique Fontana, Pomar listou seis razões para a recusa da filiação da ex-prefeita.
“Para apoiar Boulos nas eleições municipais de 2024, Marta não precisa estar filiada ao PT”, afirmou o dirigente na carta. “É positivo que, depois de anos contribuindo com a direita — época em que chegou a confraternizar inclusive com figuras ridículas e nefastas da extrema direita —, Marta volte agora a contribuir com a esquerda e, inclusive, apoie a candidatura Boulos em São Paulo.”
“Mas não é necessário, não é indispensável e não é positivo que Marta o faça a partir do PT, pois é evidente que — da forma como a ‘operação regresso’ foi articulada — a refiliação não constitui uma saudável ‘autocrítica’ mas [sic] sim uma demonstração de falta de respeito do partido para consigo mesmo.”
Revista Oeste, com informações da Agência Estado
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