O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, depõe, nesta sexta-feira, 25, à Polícia Federal, em Brasília. Cid foi intimado para falar no âmbito do inquérito que investiga Walter Delgatti, mais conhecido como hacker da “Vaza Jato”.
Delgatti é investigado por invasão aos sistemas do Poder Judiciário e por um suposto plano para comprovar a vulnerabilidade das urnas eletrônicas.
Conforme apurou Oeste, o militar chegou ao local às 14 horas. Existem suspeitas de que Mauro Cid testemunhou conversas do hacker com membros do governo Bolsonaro, incluindo o ex-chefe do Executivo.
O hacker está preso desde o início deste mês. Na segunda-feira 21, a Justiça condenou Delgatti a 20 anos de prisão devido à Operação Spoofing.
À PF, Delgatti explicou que foi contratado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para comprovar a vulnerabilidade do sistema eleitoral. Desse modo, o hacker disse que se encontrou com Bolsonaro no Palácio do Alvorada em agosto de 2022. A reunião foi confirmada por Bolsonaro em entrevista à Jovem Pan.
Na ocasião, o então presidente teria lhe perguntado se era possível invadir as urnas. O plano, contudo, não avançou. Cid será interpelado pelos delegados da PF se presenciou a conversa. O tenente-coronel está preso há 115 dias no Batalhão de Polícia do Exército em Brasília.
O militar foi preso preventivamente em uma operação da PF que investiga fraudes no Sistema Único de Saúde para emitir certificados falsos de vacinação. Essa é a primeira vez que Cid vai à PF depois de a polícia revelar um suposto esquema de desvio de joias para enriquecimento ilícito do ex-presidente.
Logo depois de assumir o caso, o advogado do militar, Cezar Bitencourt, indicou uma mudança na estratégia da defesa, referente a uma culpabilização de Bolsonaro no caso das joias. Depois, no entanto, o criminalista apresentou versões confusas sobre o caso.